segunda-feira, agosto 03, 2015

Pio Cesare é Barolo... Pio Boffa é sabedoria...



Ter a sorte de provar os barolos Pio Cesare com o Pio Boffa (enólogo da quarta geração da família) faz lembrar a Mercedes Sosa cantando os versos de Violeta Parra: Gracias a la vida... Que me ha dado tanto...


Muita gente fala que os barolos são duríssimos quando jovens e que não devem ser bebidos...
Pio Boffa responde: A proteína amolece os taninos...
Exatamente.
Coma.
Prove o vinho e coma proteína.
Vai aprender como se prova um Barolo mais jovem.
Nenhuma dúvida de que são vinhos de vida longa e se esperarmos mais de 10 anos teremos outros aromas, mais dos famosos ***terciários...
Mas pra acompanhar a comida do gradíssimo Salvatori Loi, do Loi Ristorantino, não precisamos de muitos terciários.


Bastam os *primários e **secundários com a fruta madura e o tanino potente amolecido pela proteína de um filé mignon com trufas e foie gras.
Harmonização perfeita.


Provei diversos vinhos do produtor e nem é preciso dizer que todos são perfeitamente indicados.
O Barolo DOCG 2011 (todos os Barolos são elaborados com a variedade Nebbiolo), é elaborado com uvas de diversos vinhedos da família.
Pio Boffa deixou claro que nos vinhos Pio Cesare, o princípio de vinhos de um só vinhedo não faz nenhum sentido.
O vinho descansa em botes grandes de madeira e uma porcentagem em barricas francesas (cerca de 30%).
No nariz é limpo, tem boa intensidade aromática (média+).
Notas de cereja, cassis, baunilha, alcaçuz, chocolate...
Olha os terciários aí gente...
Show!!!
Na boca são dois vinhos.
Sem comida taninos ainda duros, com comida taninos finos, textura macia e granulada (médio+).
Acidez média+, corpo médio+, álcool médio+, intensidade de sabor média+.
Notas de frutas vermelhas e negras, alcaçuz e café.
Vinho longo. Muito longo.
Em evolução.
Os tais terciários já deram o ar da graça.
Nota: 94/100
Preço: 486 Reais (2009)
Importador: www.decanter.com.br
Relação preço/qualidade: 3/5

*Os aromas primários são os que vêm da fruta.
Podem ser vegetais, florais, frutados e minerais.

**Os aromas secundários são os que o vinho ganhou no processo de elaboração, que inclui a fermentação e o amadurecimento em barrica ou onde quer que seja.
Podem ser de leveduras, manteiga, madeira, queijo, leite, ácidos, mel...

***Os aromas terciários (também chamado bouquet) são os que o vinho ganhou com o envelhecimento em garrafa.
Podem ser de frutas secas, cristalizadas, compotas, chocolate, café, especiarias, pimentas, chocolate, carne defumada, couro...

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