quarta-feira, outubro 28, 2015

Uma vertical com a Cuvée des 6 Cepages da Moutard. 6 Variedades de uva numa champa...



Quando se fala em variedades diferentes na Champagne as reações são bem diferentes.
Se falar com um amante do vinho, o interesse e a curiosidade é total.
Se falar sobre o assunto com um produtor de Champagne a resposta pode ser: não existem mais... não são importantes... é uma curiosidade apenas...
A verdade é que quem não tem essas variedades plantadas não pode mais plantar.
Quem não tem de quem comprar não vai ter.
Então, se não tenho e não posso ter, o melhor é dizer que é ruim.
Acontece que num determinado momento a Appellation decidiu que as 3 variedades principais seriam Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier.
Isso porque eram mais fáceis de produzir e ja dominavam a região.
Mas proibir as outras variedades seria um absurdo já que elas fazem parte do terroir da Champagne, então...
As outras variedades seguem autorizadas, mas não é permitido aumentar a área plantada com elas.
São 7:



Fromenteau
Arbanne
Petit Meslier
Pinot Blanc
Além das 3 já citadas e bastante conhecidas.
As chamadas variedades antigas representam apenas 0,3% da superficie plantada.
A Maison Laherte produz a "les 7", que já virou uma champa obrigatória para quem conhece essa história.
A última força para os resistentes foi dada pela natureza.
O aquecimento global e as mudanças climáticas mostraram que os 0,3% de variedades esquecidas se adaptaram melhor.
A verdade é que quem tem vinhedos das variedades antigas, não pensa em torcar de cepa.
Essa semana provei uma vertical da Moutard Cuvée des 6 cepages (Arbanne, Petit Meslier, Pinot Blanc, Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier).
Começamos da mais jovem até chegarmos na mais "velha" (depois explico as aspas).
As safras eram 2004 (magnum), 2006 e 2007.



A 2007 tem a ver com as aspas.
Era a que parecia mais evoluída (não cansada).
Foi a única que trouxe de Paris, comprada em uma loja pequena no quartier latin.
A cor entregava a idade (dourado), mas as borbulhas estavam correndo, fazendo barulho e eram bem pequenas.
No nariz tinha boa intensidade aromática, com as notas de oxidação e de pão torrado, frutas secas, mel e um leve cítrico já quase desaparecendo.
Na boca tinha a cremosidade grandiosa das grandes champagnes.
Tudo equilibrado, tudo orquestrado como era de se esperar.
Final longo.
90/100 Pontos.



A 2006 era um ano mais velha e tinha a mesma cor, com pouca diferença.
No nariz ainda mostrava um pouco de fruta, mas também trazia os aromas de pão, brioche, manteiga, nozes...
Na boca a mesma elegância, cremosidade e persistência.
Está em melhor forma.
Essa foi comprada no Brasil no supermercado Angeloni em Santa Catarina, que importa essas raridades.
91/100



Ai chegamos na mais "velha".
Já entendeu as aspas?
Era uma magnum e quem já teve a oportunidade de provar vinhos dessas garrafas de 1 litro e meio, sabe que elas conservam muito melhor os vinhos.
Era a mais "jovem" de todas.
Aos 11 anos, tinha cor palha, bem mais clara que as outras, borbulhas rápidas e barulhentas.
No nariz notas de frutas cítricas se misturavam com notas de pão na chapa, manteiga, avelã...
Na boca, cremosidade incrível...
Elegância, sabor.
Final persistente. Muito persistente.
Do jeito que evoluiu devagar, deve continuar evoluindo por mais 10 anos.
Nota: 94/100
Comprada no supermercado Angeloni, em Santa Catarina.



Viva a resistência!!!

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