sexta-feira, agosto 19, 2011

Porto Mediterrâneo confirma participação no Encontro de Vinhos de Ribeirão Preto

O time está crescendo!
Já dá pra imaginar grandes novidades, ótimos vinhos e muito trabalho para os jurados do top 5 de Ribeirão Preto.
A Porto Mediterraneo, que tem um catálogo interessantíssimo, estreou no Encontro de Vinhos, justamente no evento de Ribeirão Preto, no ano passado.
Depois participaram do Encontro de Vinhos do hotel San Raphael, no começo deste mês e agora nos veremos dia 8 de Outubro na "Califórnia Brasileira".
Mudamos de local para ter mais espaço e conforto para expositores e visitantes.
Será no Hotel JP, que fica no quilômetro 306,5 da Via Anhanguera, apenas 10 minutos do centro de Ribeirão.
Os ingressos serão vendidos no local a 60 reais.

Dia 24, Quarta da semana que vem, tem Wine Dinner na Pasta D'Autori com Vinhos Antinori


É um jantar harmonizado que promete!
O Villa Antinor Bianco abre os trabalhos.
Hora de entrar em cena o Chef Rafael de Cara.
Primeiro vem um Crostini de Brioche, Cebola Caramelada, Maçã Verde e Gorgonzola com o branco da Úmbria, Bramito del Cervo, da Tenuta Castello della Sala.
No primeiro prato, Penne com Abóbora e Sálvia com o rosé Scalabrone, da Tenuta Guado al Tasso.
O segundo prato é o Pepposo di Manzo alla Fornecina com Risoto Milanes, uma especialidade fiorentina feita com musculo e Chianti.
Para harmonizar, o Badia a Passignano, um Chianti Riserva.
No Gran Finale, o Vin Santo da Tenute Marchese Antinori com a Crostata de Damasco com Sorvete de Baunilha.
Tudo por 140 reais!
O Pasta d'autori fica na Rua Professor Atílio Innocenti, 743.
O jantar começas às 8 e meia da noite.
Eu vou!!!

North Vila Nova, Achaval Ferrer, Cristian, Denise, Milton Neves...




Uma noite memorável no North Vila Nova.
Fui convidado pela Denise Cavalcante para um jantar regado a Achaval Ferrer, agora com importadora nova, a Inovini.
Acha que dá pra recusar?
Realmente não dá.

Visitei a Bodega no ano passado, mas confesso que a conversa como Cristian Duszkiewicz (foto acima) foi mais esclarecedora do que a fria recepção em Mendoza.
Claro que barricas, vinhedos e tanques são interessantes, mas são iguais. Pouca coisa muda de uma vinícola para outra.

Muda na cabeça de gênios como o italiano Roberto Cipresso (foto acima), que resolveu atender ao chamado de dois investidores, Achaval e Ferrer, que queriam entrar para o mundo do vinho.
No primeiro encontro, os dois queriam quantidade e Cipresso qualidade. Não deu certo!
Cipresso voltou para a Itália até que um click e um desligamento da empresa em que trabalhavam fizeram com que Achaval e Ferrer voltassem atrás e chamassem o italiano de volta para a Argentina.

Foi em 1999 o encontro entre Roberto Cipresso e o terroir perfeito em Mendoza.
Um vinhedo abandonado, no meio de um matagal, com as raízes soltas e uma estranha inversão de metabolismo dos vinhedos que faziam com que a planta despertasse durante a noite e protegesse as sementes.
As plantas estavam soltas, mas as uvas estavam lá, com concentração plena e qualidade que fez com que Cipresso telefonasse para os investidores em Buenos Aires: “Achei, precisamos comprar hoje”.
Claro que os dois pediram mais tempo, mas claro que o italiano não aceitou.
O dinheiro foi enviado e a pressa explicada.
Cipresso colheu aquelas uvas e vinificou.
1 ano depois aquele vinho recebeu 91 pontos da Wine Spectator.
Tempo em que a Argentina não recebia esse tipo de pontuação.
Antes disso porém, os investidores pegaram o avião, felizes da vida, para conhecer a propriedade que acabavam de comprar.
Quando viram o matagal não seguraram a língua.
Foi a primeira vez que o italiano escutou palavrões em espanhol com o sotaque tão típico portenho.
Aquele vinhedo abandonado valorizou demais, a região de La Consulta, em Tupungato também.
Os sócios ainda não terminaram de pedir desculpas à Cipresso. Isso acontece a cada safra, a cada vinho saído daqueles vinhedos centenários.
O italiano é tão caprichoso, que vai para a França e escolhe cada pedaço de madeira que deve se transformar nas barricas da Achaval Ferrer.
Só barricas francesas.
De lá pra cá a vinícola já engarrafou vários vinhos e as pontuações internacionais são de surpreender qualquer um.
Uma média feita pela vinícola, mostra que a média de pontos de todos os vinhos engarrafados, levando-se em conta a Wine Spectator e a Wine Advocate, de Robert Parker, a vinícola atinge incríveis 94 pontos.
A vinícola produz vinhos com uvas de vinhedos de quase 100 anos e de pé franco, sem enxerto.
Os vinhos são caros/
Sim, são caros.
Além da reputação, fama e pontuações internacionais, são necessárias 3 plantas para fazer apenas uma garrafa de vinho.


Provamos o Achaval Ferrer Malbec Mendoza com um Risoto de Gorgonzola com Nozes.
O ponto do risoto estava perfeito, o sabor do queijo gorgonzola na medida certa, medida que harmonizou muito bem com o vinho cheio de fruta, notas de violeta, baunilha, cacau e café.
Na boca o vinho é encorpado, tem excelente equilíbrio e elegância.
O final é longo e a acidez perfeita.
Notas de amêndoa no retrogosto.
Cristian explicou que não há intervenção nos vinhos, fora dos vinhedos.
Ou seja, a tão famosa correção de acidez com ácido tartárico não passa pela cabeça de Cipresso.
Tudo é resolvido nos vinhedos.




O Quimera 2007 é um vinho impecável.
Estagiou em barricas francesas por 14 meses.
Corte de Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc é feito nos vinhedos, provando as uvas. É o momento em que Roberto Cipresso pensa o vinho.
Depois faz uma rápida fermentação separada e termina a vinificação já com as variedades misturadas.
No nariz, cassis, cereja, amora, violeta e alcaçuz.
Na boca, elegante, macio, encorpado, sem nenhuma aresta.
Final longo com notas de café.
Combinou perfeitamente com o Ojo de Bife Grelhado com as argentinas Batatas Souflé.





O Finca Mirador 2007 também acompanhou o mesmo prato e fechou com chave de ouro a imersão em Achaval Ferrer.
Outro vinho impecável!

No nariz amora, ameixa preta, mirtilo, baunilha, chocolate e alcaçuz.
Encorpado, elegante e equilibrado.
O final é longo.

Olhei para o lado e vi o Milton Neves provando o vinho como se presenciasse um título mundial do Santos. Acho que a memória fotográfica do Milton não vai esquecer dos vinhos Achaval Ferrer.
Nem que ele viva 200 anos.

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