terça-feira, dezembro 06, 2011

O Brasil e o caso Jay Miller



O Brasil perdeu a grande chance de ter seus vinhos pontuados no site e na revista de Robert Parker.
Julia Harding sim, veio pontuou, e até a chefe dela Jancis Robinson levou um espumante brasileiro para a Wine Future em Hong Kong.
Pensando nisso tudo eu liguei para o Orestes de Andrade Junior que é o Assessor de Imprensa do Ibravin.
Orestes me disse com bastante clareza como foi por exemplo a viagem de Julia Harding ao Brasil: "Foi exatamente igual ao projeto imagem que acontece com os jornalistas brasileiros."
O Projeto imagem é um trabalho do Ibravin que faz com que os jornalistas do vinho conheçam as vinícolas e os vinhos brasileiros.
Pagam passagem, alimentação e hotel para o jornalista.
Nenhuma publicação ou pontuação é pedida em troca.
Assim, segundo Orestes, aconteceu com Julia Harding e assim aconteceria no ano que vem com Jay Miller, que teria uma possibilidade de vir ao Brasil.
O que acontece, é que alguns especialistas internacionais vem ao país para seminários, dizer como funciona o mercado internacional, etc...
Nesse caso cobram pelo seminário como em qualquer outra área.
Esse tipo de seminário que Jay Miller costumava fazer principalmente na Espanha.

Mostrei aqui no blog, Jay Miller e o seu amigo master of wine e ex tenista Pancho Campo em uma degustação em Aragón.
http://papodevinho.blogspot.com/2011/09/jay-miller-provando-vinhos-em-aragon.html
Não se deve descartar a hipótese também, que alguém ligado a Miller, organizasse as provas, seminários e prometesse notas sem que ele soubesse.
A acusação é de que ele pedia um caché que incluia notas boas aos pagadores.
O fato é que Jay Miller provou vinhos brasileiros nos Estados Unidos e comentou muito pouco, falou muito pouco e não pediu nada.
Tempos atrás, conheci um produtor francês que deu 1% de sua vinícola a um conhecido de Robert Parker apenas para o conhecido levar suas garrafas ao amigo ilustre.
Os vinhos receberam notas acima de 100 pontos e a sociedade sobrevive até hoje.
Não acho que Parker, que ja pensa em aposentadoria, ou Miller que já tinha grande reputação, jogariam os nomes no lixo tão ingenunamente.
Em todo caso!!!

Provei os espumantes de Nieto Senetiner e encontrei boa relação preço/qualidade



Numa degustação na Casa Nieto Senetiner com a presença do enólogo em um telão, ao vivo, pude provar e tirar dúvidas com Roberto Gonzalez.
Os dois primeiros vinhos me chamaram atenção pelo preço extremamante competitivo com os preços dos espumantes brasileiros e numa faixa de qualidade muito boa.
Os dois espumantes que me refiro, foram elavorados pelo método Charmat e com a Pinot Noir vinificada em branco (blanc de noir), mas com um toque salmão que quase deixa o vinho rosé.
O Brut Nature tem cor interessante (salmão bem suave), borbulhas finas, boa persistencia.
No nariz notas cítricas e florais.
Na boca boa cremosidade, boa acidez e frescor.
Custa menos de 40 reais no Pão de Açúcar.
O Extra Brut, também elaborado com a Pinot Noir tem a mesma cor, o mesmo método de elaboração, mas tem menos açúcar e me parece um pouco mais persistente.
Custa 45 reais.
O Gran Cuvée já sobe para outro patamar de qualidade e preço.
Custa 80 reais.
O método de elaboração também é o Charmat, mas nesse caso o vinho base passou 3 meses em barricas francesas de primeiro uso.
No nariz tem notas de frutas vermelhas, flores e panificação.
Na boca é bem cremoso e elegante.
A cor salmão é interessante.

Terminamos com o Cadus.
O espumante top da vinícola é elaborado pelo método champenoise.
No nariz é complexo, elegante, notas de brioche, frutas cítricas e floral.
Na boca é mais cremoso que os outros, mais longo, mais notas de panificação e elegância.
O preço ultrapassa o de alguns champagnes e esse talvez seja a maior barreira.
130 reais.
Todos podiam perguntar e ouvir explicações sem nenhum problema.

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