domingo, setembro 25, 2011

O Vinho e a Pintura - Eric Christensen - 46

Título: Toast at Sunset II

Guerra contra as falsificações na China. Produtores de Bordeaux são as grandes vítimas


Na maioria dos casos as falsificações são grosseiras, mas sempre conseguem enganar consumidores mais desatentos.
Por incrível que pareça, algumas grandes marcas não possuem patentes internacionais.
Sites chineses, aparecem vendendo garrafas vazias. Qual seria a finalidade de comprar essas garrafas?
encher com vinhos mais baratos, é claro.
Os mais visados são os Chateaux Lafite e Latour.
Segundo o departamento de segurança dos Estados Unidos, as falsificações de produtos, significam 8% do PIB chinês.
Comprar garrafas originais para encher com líquidos falsificados já foi corriqueiro nos tempos mais fechados da economia brasileira com os whiskys. Os bons vendedores sempre recomendavam aos restaurantes e bares clientes, que quebrassem as garrafas vazias. Procurei no google algum site chinês que vendesse as garrafas vazias, mas não encontrei nenhum.

Os vinhedos são o termometro do aquecimento global


Depois de uma primavera quente e um verão infernal, as colheitas começaram em média 15 dias mais cedo do que o normal.
A safra 2011 promete ser muito boa, mas isso não serve para amenizar a preocupação dos produtores com o futuro.
Os vinhedos de variedades mais tardias com a Syrah e a Merlot, mostram mais claramente como avança o aquecimento global.
Nesses casos a colheita adiantou por 3 semanas, quase 1 mês.
Há 20 anos, essas variedades eram colhidas em Novembro e esse ano alguns já estão nos tanques.
Por enquanto existe a preocupação apenas com o futuro, já que a maior parte do produtores acredita que a colheita 2011 ganhou muito com essa maturação. 
Um estudo sobre as colheitas das variedades Chasselas em Pully feito pelo Agroscope Changins-Wädenswil, mostrou que essa precocidade já havia acontecido nos anos 40, precisamente em 1945 e 1947.
Entre 1954 e 1984, a maturação aconteceu com 2 semanas de antecedência em média.
Os estudos mais alarmantes vêm dos Estados Unidos, da Universidade do Oregon, do pesquisador Gregory Jones.
Ele estima que a localização geográfica ideal para os vinhedos (entre 10 e 20 graus de temperatura média), se transferiu por 80 a 240 quilômetros em direção aos pólos e pode se estender de 280 a 500 quilômetros até 2099.
Ameaça real aos vinhedos da Califórnia, Austrália e regiões do sul da Europa.
O medo dos produtores franceses é que o aumento da temperatura, cause uma generalização no alto teor alcoólico dos vinhos e consequentemente provocará uma baixa na riqueza aromática. Em outras palavras, colocar em perigo os vinhos franceses, elegantes e refinados, um dos símbolos do patrimônio cultural do país.
Na Champagne, as grandes casas já investem no sul da Inglaterra, vislumbrando uma nova região de excelência para espumantes, com solos muito parecidos com os da região de origem. Algumas regiões onde não chovia agora chove, os produtores franceses começaram, em razão disso, a deixar que a grama cresça entre os vinhedos para absorver a água da chuva.
Contra a baixa acidez, causada pelo calor excessivo, a medida é na vinícola. Os franceses bloqueiam parcialmente ou totalmente a fermentação malolática, no caso dos brancos. 
O aumento de 2 a 3 graus pode interferir nos aromas de variedades como Chasselas, Chardonnay e Riesling.
Uma maturação rápida no lugar da maturação lenta, pode modificar os aromas minerais destes vinhos.
No Languedoc e em outras regiões quentes, a cultura biológica ou biodinâmica já demonstrou ser uma ótima opção.
Em situações extremas percebe-se nessas culturas, vinhos com mais acidez que em culturas convencionais.

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