quinta-feira, maio 02, 2013
Veja os preços por hectare de algumas Appellations de Bordeaux
Enquanto os chorões dizem que o vinho está em crise na França, o mercado imobiliário do departamento da Gironde (entende-se Bordeaux), mostra crise em algumas appellations, mas uma alta significativa em outras.
Claro que os chineses estão atacando, tentando comprar tudo e conseguindo comprar alguma coisa, mas os franceses ganham com as vendas e em grande parte dos casos continuam no negócio do vinho.
Os chineses compraram o equivalente a cerca de 500 hectares de vinhedos em 2012.
Poder que já foi de americanos, ingleses, hoje é dos chineses (nenhuma novidade).
Os preços foram mantidos para as appellations mais genéricas em 15 mil euros o hectare graças ao ataque chines.
Do outro lado da história, está o caso de Pessac-Léognan, que mais do que dobrou de preço por hectare.
Em 3 anos, passou de incríveis 170 mil euros o hectare para incríveis 400.000 (em alguns casos até mais).
O mesmo acontece em Pauillac, terra de vinhos grandiosos, tem o preço astronômico de 2 milhões de Euros o hectares para vinhedos bem cuidados e de qualidade. Em 2010 o preço era a metade.
E assim segue: Saint Julien e Margaux custam cerca de 1 milhão de Euros o hectare, Saint Estèphe 350.000, Pomerol 900.000, Fronsac 60.000 e Sauternes 50.000.
São preços médios, que podem ser muito maiores dependendo do nome do produtor, classificação dos vinhos, terroir, estado dos vinhedos e comercialização dos vinhos.
Tudo sobre as regiões francesas - Alsace - Parte 47 - Sub-Região Haut Rhin - Grand Cru d'Alsace Spiegel
Os vinhedos do Grand Cru d'Alsace Spiegel fica nas comunas de Bergholtz e Guebwiller, no departamento do Haut-Rhin, a 23 quilômetros de Colmar.
Os 18,26 hectares de vinhedos ficam em altitudes que variam entre 260 e 305 metros.
Spiegel significa espelho em alemão.
As variedades principais são: Riesling (1,7 hectares), Gewurztraminer (4,3 hectares) e Pinot Gris (2,6 hectares).
Os solos são profundos de argila e marga.
Os vinhos são reconhecidos pelo frescor.
Os pinots gris São redondos, robustos e com ótima acidez.
Os Rieslings raçudos e longos.
Os Gewurztraminer são potentes, com notas florais e aromas de especiarias.
A vida de Bertrand e Florence passou rápido. Em 71 linhas...
A previsão era de chuva e trovoadas em Bordeaux.
Uma semana de previsão desfavorável e Bertrand segurando a onda.
Esperando a maturação completa.
Com certeza ele teve sorte, mas ficava o tempo todo olhando para o céu.
Ele, Florence e toda a equipe a postos.
No terceiro dia a chuva passou bem perto e ele segurou firme.
O sol da manhã ajudou na maturação e seria naquele dia.
Florence comandava a equipe, Bertrand só dava a ordem e tudo andava como um relógio.
A previsão continuava desfavorável, por isso, o jeito era colher o mais rápido possível.
A correria foi geral.
Bertrand, Florence e companhia correram como nunca.
Quando os últimos cachos ainda estavam sendo colhidos ela veio.
Forte, com trovões e raios.
Bertrand e Florence entraram na casa, enquanto os outros trabalhadores esperavam uma trégua no galpão.
A roupa molhada de Florence merecia uma citação, mas o narrador não vai dizer nada.
Bertrand e Florence se amaram pela primeira vez.
Os anos que se seguiram foram das safras mais lindas e exuberantes.
Era bonito ver Bertrand e Florence.
Sonhos realizados a cada minuto, a cada segundo.
A chuva veio de novo, mas dessa vez na vida dos dois.
A rotina implacável, o ciúme de Florence, o ciúme de Bertrand, tudo que antes não incomodava, agora atrapalhava.
Melhor não falar em tempo.
Passaram alguns anos, sem precisão.
Florence e Bertrand se separaram.
Um jogo de ciúmes e desconfiança levou a paixão, levou a amizade e mandou o amor tirar férias.
Bertrand queria um final feliz.
Tentou... tentou...
Mas, Florence estava decidida.
O tempo é implacável (é frase feita mas é verdade).
Bertrand sempre guardou na lembrança o sorriso de Florence.
Florence passava o tempo lembrando de como era amada.
O sonho com o passado é muito mais dolorido.
Corrói e não dá nenhuma esperança.
As rugas já marcavam os dois rostos, os cabelos que faltavam em Bertrand eram brancos em Florence.
A solidão que incomodava um, torturava o outro.
Nada valeu o ciúmes, as brigas, nada...
Bertrand tentou encontrar uma companheira por muito tempo (melhor não falar em anos), Florence teve vários casos, vários flertes, promessas...
O andar forte e decidido de Bertrand deu lugar a passos lentos, curtos.
As dores nas costas deixavam Florence por dias sem sair de casa.
Num dia de muita chuva, Bertrand andava pela estrada de terra ao lado dos vinhedos.
Florence apontava com seu carro no final da rua.
Na tentativa de andar mais rápido e fugir da chuva, Bertrand caiu numa ribanceira e foi salvo pelo celular de Florence.
Ambulância, hospital e cadeira de rodas.
Bertrand não tinha filhos, nem irmãos, só tinha primos.
Florence era presença pontual.
Todos os dias, sem falta.
Ajudava Bertrand em tudo, fazia tudo por ele.
Antes do final previsível, que a qualquer um prevê desde os primeiros anos de vida, os dois conversaram longamente.
Falaram dos momentos que viveram, mas só de passagem.
A conversa que durou horas, foi sobre os momentos que deixaram de viver.
Os momentos que tiveram medo de viver...
Florence ainda comandou algumas colheitas. Depois reencontrou Bertrand.
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