quarta-feira, dezembro 29, 2010
Em Santa Catarina com um vinho chileno
Gosto muito dos vinhos de Santa Catarina, Villagio Grando, Villa Francione, etc...
Estou em Santa Catarina, em Bombinhas, um paraíso para brasileiros e argentinos.
Entro em restaurantes, lojas, super mercados e só encontro vinhos argentinos, chilenos e gaúchos.
Qualquer outra pessoa pensaria que o estado não produz vinhos. Os argentinos, que praticamente invadem essas praias, poderiam se deliciar com chardonnay e Sauvignon Blanc da Serra Catarinense, mas isso não acontece.
Falta trabalho de divulgação dentro do próprio estado.
Perguntei hoje ontem no restaurante onde jantei e eles ficaram até sem graça.
Não tem vinho catarinense na carta de vinhos.
Tive que pedir um chileno, mas gosto de provar os vinhos do lugar.
É uma situação muito triste e não deveria acontecer. Ainda mais em um lugar cheio de turistas estrangeiros, onde deveria acontecer alguma ação de marketing.
Nelson Rodrigues diria que temos complexo de vira-lata e eu concordaria com ele.
Viva os vinhos da Serra Catarinense!!!
O dia em que Gustaf encontrou a desinibida do Grajaú
Quadro de James Macdonald
Gustaf chegou ao hotel numa terça-feira, chuvosa, dia sem graça.
O hotel também não agradava o gosto daquele franco-carioca que se tornou um dos melhores arquitetos da França.
Gustaf era arquiteto super especializado em vinícolas.
Foi responsável pelo que ele chamava: revolução arquitetônica dos vinhedos de Ribera del Duero.
Depois vieram pedidos de trabalho do mundo todo. Nesse dia chuvoso Gustaf se preparava para construir uma vinícola no Loire e o hotel tinha estilo tradicional por fora e moderno por dentro. Tinha um elevador panorâmico, que segundo Gustaf, era a cafonice em forma de meio de transporte.
Mal sabia ele que o elevador seria a sua melhor diversão para os próximos dois dias.
Logo depois do jantar, gustav abriu as paginas finais do livro as cariocas de Sérgio Porto quando percebeu a movimentação pelo saguão enquanto uma morena maravilhosa andava como se levitasse. A saia era minúscula, o sorriso enorme e as pernas...
Ela entrou, abriu a bolsa, deixou uma gorjeta para o manobrista e foi até o elevador.
Até o sério recepcionista do hotel levantou os olhos acompanhando a moça até o elevador.
Gustaf fez o mesmo e percebeu que ele se colocou com sua mini mini mini, ao lado do vidro do meio de transporte mais cafona do Loire.
O recepcionista fingiu torcicolo, o manobrista olhou na cara dura e Gustaf olhou como quem reprova, mas no fundo adorou a cena.
Cena que se repetiu na mesma noite por mais duas vezes.
Até o ponto em que gustav se sentou no wine bar, pediu uma garrafa e não saiu mais dali.
No dia seguinte o plantão continuou e as visões do paraíso também.
No outro dia ele se sentou no wine bar e esperava pela desinibida, mas ela não subiu. Melhor ainda, se sentou na mesa em frente com a mesma desenvoltura.
Gustaf suava!
Bebeu a garrafa quase inteira quando ela pediu uma sugestão de vinho.
Gustaf mais nervoso ainda sugeriu que ela se sentasse com ele e ela aceitou na hora.
Marina era jornalista especializada em vinhos, estava visitando os vinhedos do Loire, tinha acabado de entrevistar o grande Didier Dagueneau e seguia seu tour no dia seguinte na Borgonha. Quando Gustaf falou das bodegas que havia desenhado ela afirmou conhecer 90% do trabalho dele.
O sotaque de Marina deixava gustav intrigado.
-Italiana?
-Não, Brasileira.
-Não brinca, de onde?
-Ah você também?
-Sim nasci e vivi no Brasil até os 18 anos.
-Enfim de onde é?
-Rio de Janeiro
Nem bem a frase terminou e um rapaz alto, forte e com cara de poucos amigos chegou para buscar Marina.
Os dois saíram sob os olhares de inveja do Hall do hotel.
Gustav ainda levantou a voz e perguntou: de que bairro?
-Do Grajaú, é claro...
Gustaf chegou ao hotel numa terça-feira, chuvosa, dia sem graça.
O hotel também não agradava o gosto daquele franco-carioca que se tornou um dos melhores arquitetos da França.
Gustaf era arquiteto super especializado em vinícolas.
Foi responsável pelo que ele chamava: revolução arquitetônica dos vinhedos de Ribera del Duero.
Depois vieram pedidos de trabalho do mundo todo. Nesse dia chuvoso Gustaf se preparava para construir uma vinícola no Loire e o hotel tinha estilo tradicional por fora e moderno por dentro. Tinha um elevador panorâmico, que segundo Gustaf, era a cafonice em forma de meio de transporte.
Mal sabia ele que o elevador seria a sua melhor diversão para os próximos dois dias.
Logo depois do jantar, gustav abriu as paginas finais do livro as cariocas de Sérgio Porto quando percebeu a movimentação pelo saguão enquanto uma morena maravilhosa andava como se levitasse. A saia era minúscula, o sorriso enorme e as pernas...
Ela entrou, abriu a bolsa, deixou uma gorjeta para o manobrista e foi até o elevador.
Até o sério recepcionista do hotel levantou os olhos acompanhando a moça até o elevador.
Gustaf fez o mesmo e percebeu que ele se colocou com sua mini mini mini, ao lado do vidro do meio de transporte mais cafona do Loire.
O recepcionista fingiu torcicolo, o manobrista olhou na cara dura e Gustaf olhou como quem reprova, mas no fundo adorou a cena.
Cena que se repetiu na mesma noite por mais duas vezes.
Até o ponto em que gustav se sentou no wine bar, pediu uma garrafa e não saiu mais dali.
No dia seguinte o plantão continuou e as visões do paraíso também.
No outro dia ele se sentou no wine bar e esperava pela desinibida, mas ela não subiu. Melhor ainda, se sentou na mesa em frente com a mesma desenvoltura.
Gustaf suava!
Bebeu a garrafa quase inteira quando ela pediu uma sugestão de vinho.
Gustaf mais nervoso ainda sugeriu que ela se sentasse com ele e ela aceitou na hora.
Marina era jornalista especializada em vinhos, estava visitando os vinhedos do Loire, tinha acabado de entrevistar o grande Didier Dagueneau e seguia seu tour no dia seguinte na Borgonha. Quando Gustaf falou das bodegas que havia desenhado ela afirmou conhecer 90% do trabalho dele.
O sotaque de Marina deixava gustav intrigado.
-Italiana?
-Não, Brasileira.
-Não brinca, de onde?
-Ah você também?
-Sim nasci e vivi no Brasil até os 18 anos.
-Enfim de onde é?
-Rio de Janeiro
Nem bem a frase terminou e um rapaz alto, forte e com cara de poucos amigos chegou para buscar Marina.
Os dois saíram sob os olhares de inveja do Hall do hotel.
Gustav ainda levantou a voz e perguntou: de que bairro?
-Do Grajaú, é claro...
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