E então chegou o dia de prová-lo!
A ocasião era especial, uma importante comemoração.
50 anos do meu marido.
E tinha de ser essa garrafa, pois ele era um Cuvée Dom Pérignon Vintage 1985. Mas as dúvidas eram muitas!!! Ele estaria bom? Oxidado? Ainda teria perlage? Aromas? Sabores? Ou encontraria tudo que se espera de um antigo Champagne safrado ? A expectativa de provar uma bebida com tanta história, inclusive a desta garrafa, gera uma certa ansiedade. Só para relembrar, Dom Pérignon foi um monge beneditino nascido em 1639, na França, que inventou o método, hoje o tradicional, para a fabricação do champagne. Responsável pelas adegas da Abadia de Hautvillers, ficou curioso com o relato dos vinicultores de que certos vinhos fermentavam novamente depois de engarrafados. Mas os gases estouravam as rolhas ou arrebentavam as garrafas. Dom Pérignon então experimentou garrafas mais fortes e substituiu as tampas de pano, então utilizadas, por rolhas de cortiça amarradas com arame, conseguindo obter a segunda fermentação dentro do recipiente. Também desenvolveu outras técnicas e assim surgiu um vinho espumante e delicioso que depois seria batizado de Champagne. Bom, agora a história desta garrafa. Ela foi trazida de viagem no início dos anos 90. Por aproximadamente 8 anos, ficou guardada e até esquecida em um armário de quarto. Depois, fez algumas mudanças, inclusive de cidades e só então, em meados de 2003, encontrou seu adequado repouso - uma adega climatizada. Mas, ao que interessa. Ele! Na temperatura correta, por volta de 10 graus, foi aberto com facilidade, e sua rolha estava intacta. Bolhas? Como já esperado, não eram muitas, mas para surpresa estavam presentes sim. A cor, linda! Dourado intenso. Os aromas eram de boa intensidade e evoluídos. Óleos cítricos, amêndoas, tostados, mel, flores maceradas, figos e tâmaras secos. Na boca, ataque levemente adocicado, mas equilibrado pela ótima acidez. Os sabores confirmaram vários dos aromas, ainda acrescidos de mineralidade, cogumelos e especiarias, com um longo final. Acompanhou muito bem uma lagosta com risoto de limão siciliano. Enfim, um champagne equilibrado, complexo e bastante prazeroso, mas que poderia não agradar ao paladar dos que apreciam apenas vinhos jovens. Definitivamente, esteve à altura da celebração!
Flávia Palacio mora em Santos.
Está acostumada a beber grandes vinhos, frequenta a ABS, participa de confrarias, e aceitou meu convite para contar sua experiência no Papo de Vinho.
Volte sempre, Flávia!!!
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sexta-feira, maio 31, 2013
Um Cuvée Dom Pérignon 1985 para uma comemoração de 50 anos. Por: Flávia Palacio
Harmonizando caldo verde e vinho! Por Evelyn Fligeri
O frio chegou para ficar e nada melhor do que
uma bela sopa para aquecer o corpo. Para aquecer a alma, vamos de vinho, é
claro!
Eu adoro caldo verde, seguindo a típica receita
do Minho, com linguiça curada ou paio e um belo fio de azeite. Mas confesso que
a minha descendência italiana fala mais alto e pico uma porção de pãozinho
(pode ser italiano ou o bom e velho francês, mesmo) e mergulho no caldo.
Delícia!
Como a sopa tem um toque herbáceo, vale investir
em um vinho com uma pegada levemente frutada e com pouco álcool. Além disso,
poucos taninos e uma acidez equilibrada se faz necessária, caso contrário o
vinho se sobressairá ao caldo. Minha sugestão é: Se você, assim como eu, tiver
uma predileção por brancos, vá de vinhos da região da Bairrada. Agora, se o
escolhido for um tinto, não consigo pensar em outra coisa se não um vinho
levemente frutado do Dão.
Tudo sobre as regiões francesas - Jura - Parte 6 - AOC Château-Châlon
A AOC Château-Chalon ocupa apenas 50 hectares de vinhedos em torno das comunas de Château-Chalon, Ménétru-le-Vignoble, Domblans, e Névy-sur-Seille, bem no coração do Jura.
Château-Chalon é uma pequena vila charmosa, no alto de um rochedo.
Os Vins Jaunes de Château-Chalon são excepcionais.
O terroir fica protegido por falésias de calcário, os vinhedos ficam em encostas íngremes que favorecem uma ótima ensolação, proteção dos ventos frios que chegam do norte e ainda possuem solos que conservam o calor.
Os solos são de calcário e marga.
Os vinhos são elaborados com a variedade Savagnin, que dá aos Vins Jaunes de Château-Chalon níveis de complexidade impressionantes, que os tornam raros, caros e procurados no mesmo nível de qualquer grande vinho francês.
A cor é dourada, passando com o tempo para tijolo.
Sempre é um vinho potente e marcado pelo terroir.
Os aromas são de nozes, frutas secas, marmelo e curry.
Na boca é um vinho de muita persistência.
O estágio é feito em barricas de carvalho sem cobertura, protegidos por um véu de levedura típico dos Vins Jaunes.
São vinhos de guarda muito longa, podendo ser guardados por um século.
O Vinho e a Pintura - Maravilhoso vídeo com trabalho de Olga Ortiz ao ar livre. Com Vinho e Café
O trabalho foi feito na França em duas cidades diferentes: no centro de Pau e no parque de Tarbes:
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