terça-feira, setembro 27, 2011
Malbec com Alface, Malbec com Funghi, Malbec com Cordeiro, Malbec com Chocolate. Sim, tudo é possível!
Quem harmonizou tudo isso foi o Déco, conhecido também como André Rossi.
No papel parece impossível, mas ele mostrou que não é.
Mostrou inclusive que pode ser um casamento perfeito.
Eu explico.
Chef: Ivan Achcar
Restaurante: Café Journal
Vinhos: Malbecs de diferentes países
Harmonização e apresentação dos vinhos: Déco
Com as informações acima fica mais fácil entender.
Um Chef de primeiro time, um restaurante acostumado a servir vinhos, vinhos bem escolhidos e capricho na harmonização.
Agora é só entrar nos detalhes.
A Salada de Verdes teve o reforço maravilhoso de um Confit de Galinha d'Angola e vinagrete de Framboesa. Aliás tinha até uma framboesa no meu prato.
Depois de umas farejadas e um gole vi que tinha notas de framboesa nesse Malbec também.
O Crane Lake Malbec 2009 (Califórnia) não tem nada a ver com os Malbecs argentinos que estamos acostumados.
Um vinho de corpo médio e muita fruta vermelha.
Framboesa, morango e cereja.
Na boca é fácil de beber, equilibrado e tem boa acidez.
Harmonizou perfeitamente.
Passamos então para o Ravioli de Pato ao Molho de Funghi Porcini.
Agora precisamos de mais potência, certo Déco?
Certo.
Para esse prato o Malbec do Chateau Chevaliers Lagrézette 2004.
Um Malbec de Cahors.
O prato mais uma vez perfeito, a massa no cozimento certo, o funghi na medida certa e com muito sabor. O recheio do ravioli era suculento, bem presente.
O vinho parece ter trocado de lugar com o novo mundo e mostrou força.
Os aromas eram de frutas negras, o vinho concentrado, encorpado e rustico.
Na boca notas de terra que ajudaram na harmonização com o funghi, mas na mistura do prato e do vinho na boca, (nada de um antes e outro depois) o Malbec ficou um pouco acima. Apenas preciosismo, repito, um pouco acima.
Depois veio a Paleta de Cordeiro com Couscous Marroquino de Beringela.
Aí ficou fácil.
Costumo dizer que um tinto de qualidade e um cordeiro bem feito é harmonização certa, sem medo de errar.
E asim foi.
O cordeiro estava impecável.
O vinho era o Malbec argentino que todos nós conhecemos.
No caso o Felino Cobos Malbec 2008, de Mendoza.
Notas de amora, violeta, encorpado, bem equilibrado e elegante.
Os dois juntos dançaram um tango. Sem sair do tom!
Mas o prato principal merecia um segundo vinho para acompanhar e comparar.
Então vamos lá.
Perez Cruz Limited Edition Cot (Malbec) 2008 (Valle del Maipo - Chile).
Nem vou repetir que a harmonização foi perfeita. Com um cordeiro desses os tintos deitam e rolam.
O que vou acrescentar é que foi o melhor vinho da noite.
Um Malbec chileno para deixar argentinos cheios de raiva.
Talvez uma resposta chilena para a libertação do país feita por um cidadão do outro lado da cordilheira (O Argentino San Martin, libertador da Argentina, Chile e Peru).
Um Malbec de classe, como poucos.
No nariz cravo, pimenta negra, eucalipto, violeta, ameixa, amora, cereja e goiaba.
Na boca é encorpado e tem os taninos doces, macios.
Se tivesse que definir esse vinho em uma palavra seria elegância.
Mais uma harmonização perfeita.
Ainda tinha a sobremesa e seria justamente uma Torta de Chocolate com Castanhas, Calda de Frutas Vermelhas e Creme.
Eu iria de vinho do Porto, mas...
Mas existe um vinho de Malbec feito à moda do Porto.
O Malamado 2008, da Zuccardi não fugiu à luta.
Encarou o chocolate como os argentinos encaram o Brasil num jogo de copa do mundo.
Com garra, classe e muitas vezes agressividade.
No caso a agressividade necessária.
A forma como o chocolate envolve a língua exige algo que limpe a boca e nesse caso a acidez não resolve, precisa ter a combinação álcool e doçura.
O Malamado tem.
Um vinho que tem aromas de amêndoa um pouco tímido no nariz, mas quando vai pra boca encanta.
É um bom vinho de sobremesa, um bom companheiro do chocolate e encerrou o jantar harmonizado do jeito que começou: Perfeito!
A boa notícia é que hoje acontece tudo outra vez, às 8 da noite, no Café Journal.
Tudo isso por 160 reais.
5 Vinhos, 3 Pratos, sobremesa, serviço e água.
Quem conhece o Café Journal e os vinhos que serão servidos sabe que vale a pena.
Todos os Espumantes Franceses - Vin de Seyssel Mousseux
O Vin de Seyssel mousseux é um branco seco dos Alpes (Savoie), que desde 1942, tem sua própria AOC.
É a Appellation mais antiga da Savóia.
São cerca de 80 hectares nas comunas de Seyssel (Ain), Seyssel (Haute-Savoie) e Corbonod.
Dos 80, apenas 15 hectares são dedicados aos espumantes.
As variedades utilizadas são: Roussette (também chamada Altesse) e Molette.
O Seyssel Méthode Traditionnelle é elaborado com as duas variedades com um mínimo de 10% da Altesse.
Existem os sec e os demi-sec.
Ficam pelo menos 1 ano em contato com as leveduras.
Uma característica importante é o aroma floral de iris, incomparável e único.
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