sexta-feira, agosto 16, 2013

Lona guardou o tesouro por mais de 20 anos. Uma vertical do Baron de Lantier para a história dos vinhos do Brasil


Era um vinho que custava cerca de 50 reais, nos anos 90.
Era um dos poucos vinhos de um mercado pobre e com raras opções.
Se hoje existe preconceito contra o vinho brasileiro, nos anos 90 era muito pior.
Acontece que, uma safra histórica em 1991, na Serra Gaúcha, produziu raridades.
Uma delas, talvez a maior, elaborada pelo mestre Adolfo Lona.
Provei as safras 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 e 1996.
Quem fala sobre o Baron de Lantier é o próprio Adolfo Lona:



Outra vez, começamos a prova com os vinhos mais novos, chegando ao fim com o mítico 1991.
O 96 tinha a cor viva, sem reflexos alaranjados, boa concentração. Só o halo mostrava alguma coisa e isso foi igual em todos os vinhos.
Vinho com notas de geleia de frutas negras, fumaça, tabaco...
Na boca tem acidez, tem taninos bem finos, maciez e elegância.
O final é longo.
90 pontos.

O Baron de Lantier Cabernet Sauvignon 95 estava parecido com o 96, mas junto com as notas de frutas vermelhas bem maduras, mostrava notas de couro, cacau e cereja.
Na boca é um vinho muito elegante e vivo. Com acidez e taninos em perfeito equilíbrio.
90,5 pontos

O 94 mostrou logo no início uma nota metálica, que desapareceu com o surgimento de notas de café e azeitona preta, junto com as frutas que ainda estavam bem presentes no vinho.
Na boca é um vinho bem equilibrado, e, assim como os outros todos, não tem jeito de vinho velho, está realmente vivo.
90 pontos.

O 93 tinha boa intensidade no nariz, frutas negras, cassis, café, chocolate...
Na boca o café se repetia, algumas notas de alcaçuz e um final maravilhoso.
91 pontos.

O 92 mostrava um pouco mais evolução na cor, mesmo assim era só um halo bem suave.
No nariz ainda mostrava frutas e um toque animal.
Na boca acidez, taninos, geleia de frutas negras, elegância, equilíbrio.
91 pontos.

O 91 como esperado, foi a grande estrela da noite.
Às cegas, poderia tranquilamente estar ao lado de bons franceses da mesma idade.
Um vinho fino, elegante...
Notas de couro, cereja, azeitona preta, cassis, alcaçuz...
Na boca os taninos macios, a acidez bem presente, as notas de chocolate, café.
Longo.
Um super vinho!
93 pontos.

No dia seguinte, saí do Rio de Janeiro satisfeito, com esperança de repetir a dose no próximo ano, e que alguém encontre esses vinhos (principalmente o 1991), para que seja provado pelo próprio criador.
Na década de 90, éramos felizes e nem imaginávamos...
Amanhã, a primeira parte de uma entrevista com o Adolfo Lona, aqui no Papo de Vinho.

Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 48 - Sub-Rgião Côte-de-Beaune - AOC Chevalier-Montrachet





A AOC Chevalier-Montrachet fica ben ao lado de Puligny, numa continuação de  Montrachet. 
São produzidos 320 hectolitros de vinhos brancos com a classificação Grand Cru, de altíssima reputação em vinhedos de apenas 7,36 hectares. 
O lote fica em altitudes que variam de 265 e 300 metros, com um desnível de 20%, n'as encostas. 
Solo calcário com muito boa drenagem e exposição sul e sudeste.
A Chardonnay se desenvolve com perfeição.
Os vinhos são impecáveis, finos e elegantes.
Na juventude, se destacam os aromas verdes de samambaia, mas com tempo em garrafa (são vinhos de guarda) os vinhos ganham muita complexidade e notas minerais, frutadas e muita elegância na boca.

Carta Aberta da Vinícola Aurora

Carta aberta da Vinícola Aurora à sociedade brasileira   No início do século passado, algumas famílias italianas cruzaram o Atlântico à pr...