quarta-feira, maio 18, 2011

Esporão, Crasto e Murças mostram a incrível regularidade e confiabilidade.



Vinhos de diversas faixas de preços, diversas propostas e uma única realidade: São confiáveis.
Os vinhos da família Roquette são tão confiáveis que são importados por eles mesmos. Um dos irmãos resolveu ficar por aqui depois do susto que veio logo após a revolução dos cravos, quando o país passou um tempo de incerteza, quando todos os portugueses que tinham algum bem temiam ficar sem nada.
Foi aí que muita gente deixou o país, voltando logo que as coisas estabilizaram e o país saiu da estagnação de uma ditadura para uma democracia de desenvolvimento econômico e social. Era hora de voltar pra casa, mas João Roquette resolveu ficar. O irmão José (família de 11 irmãos), dono da Herdade do Esporão (acima, foto da Herdade), perguntou se João não queria trazer os vinhos para o Brasil, e claro, ele aceitou.
Isso foi em 95, antes da marca ser quase uma unanimidade no Brasil.
A família controla também a Quinta do Crasto e a Quinta dos Murças, que também são importados pela Qualimpor.
Conheço os vinhos, provei várias vezes e volto a provar a cada safra.
Na semana passada a prova foi no maravilhoso consulado de Portugal (foto acima), com quase toda a linha dos vinhos da Quinta do Crasto e Herdade do Esporão (ambos da família Roquette).
Provei diversos vinhos. Muitos deles merecem a dica, mas claro que não vou postar tudo de uma só vez.
Não vou cansar os olhos do leitor com tantos rótulos e tantas notas de prova.
Guardo no meu arquivo e escrevo aos poucos. Prometo!
Como comecei a prova pelos brancos, hoje falo do 2 Castas Branco 2010, da Herdade do Esporão.
Um alentejano elegante, sem preguiça de mostrar os aromas de manga, damasco e minerais.
Na boca a acidez convida aos próximos goles.
Tem corpo médio, mas final persistente.

Uma vertical dos vinhos da família Deicas, que encantaram o Rei Pelé.


Grata surpresa quando o diretor de exportação da vinícola Família Deicas me contou que o Rei Pelé pedia os vinhos diretamente da vinícola nos tempos em que a primeira importadora só distribuía os vinhos para o sul do país.
Isso motivou a Expand a importar os vinhos, transformando os nomes Don Pascul e Preludio em marcas conhecidas no Brasil.
Hoje os vinhos são distribuidos pela interfood e vendidos também no site www.todovino.com.br
Em breve mostro a entrevista com o diretor de exportação falando da história do Rei Pelé e também com  o presidente da vinícola Fernando Deicas.
No encontro com eles, no Varanda Grill, uma vertical de alto nível.
Provamos o Preludio 2005, 2002, 99 e 97. 
Os 4 vinhos eram de excelente qualidade. 
Mostram o patamar que o Uruguai conseguiu atingir e mostram mais uma vez, que ao lado do Brasil, os dois países são os que trazem nos vinhos mais características do Velho Mundo.
Os 4 vinhos tinham potência, elegância e equilíbrio.
No corte, Tannat, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot.
No vinho de 2005 a Marselan também entrou no corte.
Nenhum dos vinhos decepcionou, mas claro que tenho um preferido.
O 1999 é complexo e grande.
No nariz frutas negras, tabaco, baunilha, cacau e defumado.
Na boca o vinho é macio, encorpado, vivo como se tivesse menos idade. 
Final longo.
Prova de que estes vinhos uruguaios envelhecem muito bem. Ganham classe e complexidade.
Encerramos com o Família Deicas Tannat Premier Cru d'Exception 2005.
Um grande vinho.
Um Tannat digno da fama que  o Uruguaia conseguiu na produção de vinhos com a uva trazida por um basco e cultivada por famílias italianas bem perto da capital Montevideo.
No nariz frutas vermelhas maduras, caramelo, caixa de charuto e um toque de alcaçuz.
Na boca é muito elegante, aveludado, encorpado.
Final longo.
A família Deicas é a maior produtora de vinhos do Uruguai, mas Fernando Deicas não sossegou, quer fazer vinhos cada dia melhores para continuar agradando reis e consumidores comuns.

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