sábado, julho 27, 2013

Russian Imperial Stout, cerveja para fortes. Por Alessandro Pinesso*

O estilo Stout é tipicamente inglês, embora tenha alargado suas fronteiras  graças ao sucesso da irlandesa Guinness. São cervejas escuras, com forte aroma e sabor de tostado. Sua cor negra “engana” os desavisados, pois, embora tenha bom corpo e sabor característico, nem sempre apresenta teor alcoólico elevado. A citada Guinness, por exemplo, possui apenas 4% de álcool, menos que todas as lagers de consumo de massa no Brasil.

Porém, como o tema de hoje é cerveja forte, não poderíamos ignorar os rótulos do estilo Russian Imperial Stout, muito apreciados – e produzidos – pelos cervejeiros artesanais, principalmente norte-americanos. O nome desta verdadeira pancada em forma de cerveja remonta ao século XVIII, quando era exportada da Inglaterra para a corte de Catarina II, imperatriz da Rússia.

A maioria delas combina muito bem com chocolate e sobremesas afins. Queijos mais intensos, como roquefort ou gorgonzola, também podem ser uma boa escolha. Nos dias frios, há quem as consuma à temperatura ambiente, mas, se quiser um pouco mais de frescor, não deixe por muito tempo na geladeira, no máximo uma hora. Caso contrário, o amargor se torna desagradável e a complexidade de aromas e sabores não se desprende com as baixas temperaturas.

Como nota de rodapé, o termo “Imperial” volta e meia é adotado em outros estilos cervejeiros.  Nesses casos, trata-se de exemplares mais alcoólicos e encorpados que as versões convencionais do mesmo estilo.


Alguns rótulos:
Colorado Ithaca
Cervejaria Colorado – Brasil – 10,5% de álcool

Uma bela criação dos cervejeiros de Ribeirão Preto (SP), com adição de rapadura queimada. Ao despejá-la no copo, o líquido marrom escuro é recoberto por uma fina camada de espuma bege que se desfaz rapidamente. Os aromas se desprendem com facilidade, licor, ameixa, rapadura, vinho do Porto, café, tostado, dulçor do açúcar e das doses cavalares de malte. Na boca, o álcool provoca aquecimento, estimulando as papilas gustativas para uma explosão de malte, açúcar queimado e um toque de lúpulo, numa batalha ferrenha entre o adocicado e o amargo. Pode ser guardada por vários anos, pois suas características permitem a maturação na garrafa. O primeiro lote foi produzido em 2009, mas, como consta do site da cervejaria, creio que esteja de volta às boas casas do ramo.
Calavera Imperial Stout
Microcerveceria Gourmet Calavera – México – 9,0% de álcool

Em sua formulação, consta a adição de chiles, uma pimenta tipicamente mexicana. Negra, opaca, produz uma generosa camada de espuma bege de boa duração. Aromas de chocolate, caramelo, passas e frutas secas. O lúpulo britânico, em boa quantidade, faz um bom contraponto ao caráter frutada e levemente defumado desta cerveja. O sabor segue o aroma, com um leve defumado e o apimentado dos chiles “cortando” o dulçor do malte.
Rogue Double Chocolate Stout
Rogue Brewery – Newport, Oregon – EUA – 9,0% de álcool
Cerveja negra, com boa espuma, com aroma de chocolate ao leite, avelã, lúpulo, café e malte, com destaque para o chocolate holandês adicionado no processo. Na boca, o lúpulo se faz mais presente, contrastando com o tostado e a forte carga de maltes empregados. Ao contrário do que o nome possa sugerir, não é uma cerveja adocicada, lembrando o verdadeiro cacau, mais amargo e intenso.  

*Alessandro Pinesso é sommelier de cervejas formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e Association de la Sommellerie Internationale e Mestre em Estilos Cervejeiros pelo Instituto da Cerveja Brasil, associado ao Brewers Association dos EUA.

E-mail: pinesso@gmail.com

E Chega o grande dia: Encontro de Vinhos Ribeirão Preto 2013!

Ribeirão Preto recebe a 4ª edição do Encontro de Vinhos com um belíssimo dia de sol e temperatura amena, perfeito para curtir o clima descontraído desta grande festa e degustar excelentes vinhos.
É hoje, das 14 às 22h
Local: Hotel JP - Via Anhanguera, Km 306,5 - Ribeirão Preto/SP
Ingressos a 60 reais, no local.

Sócios da Sbav e ABS pagam metade.
www.encontrodevinhos.com.br
www.hoteljp.com.br




Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne Parte 35 - Côte de Beaune






A Côte de Beaune fica na Côte-d’Or entre Ladoix-Serrigny e o Coteau des Maranges.
São 5230 hectares de vinhedos que se transformam anualmente em cerca de 164 200 hectolitros.
A Côte de Beaune se diferencia da Côte de Nuits produzindo vinhos brancos secos com mais prestigio e vinhos tintos mais macios.
Os solos variam de acordo com a localização do vinhedo, mas são essencialmente formados por calcério e marga, que dão aos vinhos elegância e complexidade aromática.
Quase todas as Appellations da Côte de Beaune (29) produzem brancos e tintos elaborados com Chardonnay e Pinot Noir principalmente. Principalmente porque existem variedades antigas plantadas nos mesmos lotes de alguns vinhedos, mas em pequenas proporções.
Só 2 AOCs não produzem brancos: Pommard e Volnay.
A Côte de Beaune tem 8 Grands Crus, sendo 7 de vinhos brancos, como Corton-Charlemagne ou MOntrachet e 1 para tintos: Corton.
A Côte de Beaune tem ainda vários Premiers Crus, como o Meursault ou o Côte-de-Beaune-Villages.
Em poucas palavras, essa região é considerada nos dias de hoje, a pepita de ouro dos vinhos brancos. A principal região de Brancos do mundo.

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