sexta-feira, setembro 06, 2013

Brooklyn, a cervejaria do mestre Garrett Oliver. Por Alessandro Pinesso*

Garrett Oliver produz algumas das melhores cervejas de seu país. A escola norte-americana é pródiga na criação das chamadas extreme beers, de sabores e aromas intensos. O problema é que muitas vezes o excesso de determinado ingrediente, como o lúpulo, termina por anular outros sabores e aromas da bebida. Não é o caso das cervejas da Brooklyn, Oliver gosta de brincar com fogo, mas não se permite ultrapassar os limites do bom senso. No final de 2012, Oliver esteve no Brasil para uma palestra no evento de gastronomia Semana Mesa SP e aproveitou para criar, em conjunto com os mineiros da cervejaria Wäls, uma boa saison (estilo de origem belga) com adição de cana de açúcar, denominada Saison de Caipira, que ainda pode ser encontrada em lojas e sites especializados.

O portfólio da empresa é extenso, com mais de 15 rótulos entre regulares e sazonais. Vou citar duas das mais populares e mais fáceis de encontrar até mesmo em supermercados.

A primeira é a Brooklyn Lager, uma Amber Lager com 5,2% de álcool. Apresenta um belo tom degradé no copo, em tons de âmbar e cobre, com espuma bege, firme e abundante. Aroma herbal de lúpulo, com toques florais e um leve biscoito oriundo do malte. Na boca, o lúpulo reina soberano, com toques de abacaxi e final seco, bem cítrico, excelente cerveja, daquelas que não cansam nem tampouco comprometem o paladar.

A segunda cerveja atende pelo nome de Brooklyn East India Pale Ale. Trata-se de uma India Pale Ale, estilo clássico da cervejaria britânica, um dos favoritos entre os apreciadores. Seus 6,9% de álcool estão muito bem inseridos. A cor âmbar profunda é coroada por uma espuma bege de pouca duração, como convém ao estilo. E, como era de se esperar, o lúpulo domina tanto o aroma quanto o sabor. No nariz, muito herbal, frescor, cheiro de grama, como numa mata depois da chuva, delicioso. Na boca, o amargor do lúpulo, com toques herbais e de frutas secas. Nos primeiros goles, a “picada” do lúpulo na língua se faz sentir, mas, em pouco tempo, o paladar se acostuma e já pede um novo gole.

Finalizando, recomendo uma visita ao site da cervejaria (http://brooklynbrewery.com) e, para se aprofundar no universo das boas cervejas e sua relação com os alimentos, a leitura da obra “A mesa do mestre cervejeiro – Descobrindo os prazeres das cervejas e das comidas verdadeiras”, escrito pelo próprio Garrett Oliver, já editado no Brasil.


*Alessandro Pinesso é sommelier de cervejas formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e Association de la Sommellerie Internationale e Mestre em Estilos Cervejeiros pelo Instituto da Cerveja Brasil, associado ao Brewers Association dos EUA.
E-mail: pinesso@gmail.com

Pizzato DNA 99 Merlot Single Vineyard 2008 - Serra Gaúcha - Brasil

Reproduzo as minhas anotações e a nota que dei no Challenge Wine In, quando o DNA ficou em segundo lugar na classificação geral, na frente de chilenos e argentinos.
O vinho é produzido com uvas de um só vinhedo, no Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha.
Já escrevi sobre o 2005 aqui no blog (http://www.papodevinho.com/2011/07/pizzato-dna-99-merlot-2005-vale-dos.html); me impressionou a semelhança e a qualidade deste Merlot que parece francês e que está, sem nenhuma dúvida, entre os melhores vinhos do Brasil.
Vamos ao 2008:
No nariz frutas vermelhas bem maduras, compota, chocolate, café, baunilha.
Na boca tem bom volume é encorpado, taninos macios, bem equilibrado e elegante.
O final é longo com notas de especiarias, ameixa seca e cacau no retrogosto.
Um vinho que eu gostaria de ver degustado outra vez às cegas, mas com outros varietais de Merlot de diversas partes do mundo, inclusive de Bordeaux.
A nota que dei no Wine In às cegas: 90/100.

Harmonizando o bolo de aniversário. Por Evelyn Fligeri


Já que Beto Duarte foi o aniversariante da semana, nada melhor do que pensar em uma harmonização entre vinhos e bolos, não é mesmo?
Para mim, bolo de aniversário tem que ser daqueles bem doces, repletos de recheio e cobertura, para se lambuzar. Bolo de chocolate costuma ser a alegria dos convidados. Nesses casos, um cálice de vinho do Porto, ou um Banyuls costuma ser um sucesso.
Se você preferir um bolo Floresta Negra – o da minha avó era imbatível! – uma bela taça de um Riesling Trockenbeerenauslese (TBA) é garantia de uma comemoração de aniversário inesquecível.
Se você gosta de seguir as últimas tendências quando o assunto é bolo, faça (ou compre) um cheesecake (o bolo mais pedido nas docerias em SP) e o harmonize com um Sauternes.
O clássico bolo Mil-folhas, fica perfeito com um belo espumante branco doce. Mas, se você prefere um bolo menos doce, minha sugestão é a seguinte: Com uma cassata – aquele pão-de-ló recheado com ricota, frutas cristalizadas e chocolate, vá de Passito di Pantelleria e capriche no brinde!

Qual será a harmonização que Beto Duarte escolheu?

Evelyn Fligeri tem o blog http://www.tacaserolhas.blogspot.com.br/

Familia Schroeder leva a Patagonia ao Encontro de Vinhos Belo Horizonte.



Sempre tive muita curiosidade em relação aos vinhos da Patagônia, principalmente os Pinot Noir que aparecem como destaque entre os vinhos produzidos com a uva fora da Europa.
No final do ano passado, visitei a vinícola, convidado pela Wines of Argentina e fiquei ainda mais impressionado.
Veja o vídeo:



Agora quem for ao Encontro de Vinhos de Belo Horizonte vai ter a chance de provar um pouco do terroir patagônico.
Dia 14 de Setembro, das 14 às 22 horas, no Hotel Mercure Belo Horizonte Lourdes, na Avenida do Contorno, 7315 - Lourdes. 
Ingressos no dia da feira: 60 reais.
Ingressos comprados pelo site 50 reais:  http://www.encontrodevinhos.com.br/venda-de-ingressos/ 
Sócios da Sbav ou ABS: 30 reais. 

O Vinho e a Literatura - Charles Baudelaire



É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
Charles Baudelaire

O parisiense Charles Baudelaire, nasceu em 1821 e morreu em 1867.
As principais obras foram: As Flores do Mal e Paraísos Artificiais.


Carta Aberta da Vinícola Aurora

Carta aberta da Vinícola Aurora à sociedade brasileira   No início do século passado, algumas famílias italianas cruzaram o Atlântico à pr...