quinta-feira, junho 13, 2013

Anchor Brewing, uma das melhores e mais tradicionais cervejarias norte-americanas - Por Alessandro Pinesso*




A Anchor Brewing foi fundada por Gottlieb Brekle, imigrante alemão que se mudou para a aprazível San Francisco, em 1849, atraído pela Corrida do Ouro. Mais tarde, em 1871, ele comprou um saloon e o transformou em cervejaria. Vinte e cinco anos depois, em 1896, o estabelecimento foi adquirido por um outro mestre-cervejeiro alemão, Ernst Baruth e seu genro, Otto Schinkel Jr. Os dois decidiram batizar o local como Anchor Brewing, talvez como uma homenagem ao cada vez mais movimentado porto da cidade.

A cervejaria passou por diversos sócios, teve vários endereços e muitas idas e vindas, como o terremoto que devastou a cidade em 1906 e o atropelamento do fundador Otto Schinkel em 1907. Depois, fechou as portas devido à Lei Seca de 1920, reabriu em 1933, mudou de dono e de endereço algumas vezes até que, no início dos anos 1970, a produção ganhou fôlego. Hoje, a cervejaria é vista como uma das pioneiras do movimento de cervejeiros artesanais daquele país (o Craft Beer Movement).

Nos EUA, as grandes companhias detêm cerca de 95% do mercado, mas as artesanais empregam cinco vezes mais pessoas e somam mais de 2.400 cervejarias. Este sucesso extrapolou as fronteiras ianques e conta com admiradores em todos os cantos do planeta. Os rótulos artesanais made in USA costumam ser bastante intensos em termos de aroma e sabor. Isso se deve talvez à extravagância inata dos gringos e, com toda a certeza, às características dos lúpulos norte-americanos, mais aromáticos e condimentados que os congêneres europeus.

A Anchor Brewing não foge à regra, mas apresenta maior equilíbrio e finesse que a maioria de suas conterrâneas. Produz cerca de onze rótulos, entre regulares e sazonais. Nem todos são importados para o Brasil, mas não é difícil encontra-los em alguns supermercados e boas casas do ramo, com preços entre R$ 14,00 e R$ 22,00 a garrafa de 355 ml

Até agora, tive a oportunidade de degustar quatro deles, que descreverei abaixo.





Brekle’s Brown
Estilo: Brown ale
6% de álcool

Receita criada pelo fundador da Anchor, Gottlieb Brekle. Marrom escura, com boa espuma bege, aromas de banana, uva passa, tostado e leve álcool. Na boca, malte tostado, caramelo, frutas secas e leve acidez. Equilibrada, com amargor na medida certa. Bem diferente da maioria das cervejas escuras encontradas no mercado.



2012 Christmas Beer
Estilo: Winter Warmer
5,9%  de álcool

Desde 1975, todos os anos a cervejaria lança uma edição especial de Natal, sempre com um rótulo diferente e fórmula mantida em segredo. De coloração marrom escura, com boa espuma bege, tem aroma intenso, fresco como a mata depois da chuva, onde o lúpulo se destaca, com toque de pinho. O sabor é complexo, uma mistura muito interessante de mel, floral e resinoso do lúpulo, com toques de licor, vinho do porto, ameixa e especiarias.



Steam Beer
Estilo: Steam Beer
4,9% de álcool

A primeira brassagem data de 1896, a versão atual foi finalizada em 1971. Como não havia refrigeração disponível, a cerveja era fermentada em tanques abertos e o ar fresco da noite, em contato com o líquido, produzia vapor (“steam”, em inglês). De cor âmbar, produz espuma abundante, com aroma de caramelo e lúpulo. Uma cerveja de sabor frutado, com amargor suave e final seco.




Liberty Ale
Estilo: American Pale Ale

5,9% de álcool
Uma cerveja marcante, clássica representante do estilo American Pale Ale, traz maltes suaves e a presença inconfundível do lúpulo Cascade, intensificada pela técnica do dry hopping, que é a adição de lúpulos frescos durante a maturação. De coloração alaranjada, apresenta aromas de maracujá, grama molhada, cítrico e herbal. Na boca, mescla a doçura dos maltes com o amargor e cítrico do lúpulo.


Para saber mais, visite o site da empresa (em inglês): http://www.anchorbrewing.com/


*Alessandro Pinesso é sommelier de cervejas formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e Association de la Sommellerie Internacionale e Mestre em Estilos Cervejeiros pelo Instituto da Cerveja Brasil, associado ao Brewers Association dos EUA.

Guatambu - Escrevendo história na Campanha Gaúcha - Parte 2 - o Enólogo Alejandro Cardozo

Alejandro Cardozo conversou comigo e contou sua história como consultor em diversas vinícolas.
Ele é o consultor da Guatambu.
Veja a entrevista:



Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 4 - Sub-Região Chablis et Yonne - Bourgogne-Côte-Saint-Jacques




A AOC Bourgogne Côte-Saint-Jacques é o primeiro vinhedo na parte norte da Borgonha.
Fica na comuna de Joigny, com quase 15 hectares. 
13,4 hectares são de vvinhedos para vinhos tintos e rosés e cerca de 1 hectare de vinhedos de uvas brancas.
Os vinhedos ficam ao lado da floresta de Othe, numa encosta com solo de giz e pedras de argila e sílex.
O solo é um fator importantíssimo para esse terroir, assim como a exposição solar sul e sudeste, que garante uma boa insolação e protege os vinhedos do vento frio que vem do planalto.
Com essas condições, os vinhedos são poupados das geadas matinais da primavera.
São produzidos em média 605 hectolitros de vinhos por ano e apenas 12 hectolitros de brancos.
Os tintos são elaborados com a Pinot Noir e tem como característica os taninos mais duros.
Os brancos são de Chardonnay, apresentam um bom bouquet, mas devem ser consumidos jovens.
Os rosés, Mais precisamente chamados vins gris, são elaborados com a Pinot Gris, que é responsável pela reputação da AOC.
As uvas são esmagadas antes da fermentação.
A variedade, também chamada Pinot Beurot, na Côte-d’Or, se transforma em vinhos agradáveis, com pouca acidez, notas florais e está muitas vezes plantada ao lado dos pés de Pinot Noir (principalmente em vinhedos antigos), sendo vinificada junto com a tinta mais famosa da Borgonha.

O Vinho e a Pintura - Niko Pirosmani - 11

Título: Grape Harvest

Onde já se viu fazer vinho bom com a uva Isabel?!

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