sexta-feira, julho 24, 2020

Indicação de Procedência da Campanha Gaúcha é um passo importante.





O Brasil ainda tem regiões para serem descobertas. Outro dia, numa conversa com o grande Roberto Cipresso, ele me respondeu a uma pergunta sobre o motivo de ter aceitado trabalhar no Brasil, me perguntando como um país tão grande, com tanta diversidade, não pode fazer vinhos de qualidade?
Me perguntou também se eu tinha provado o Anima Gran Reserva (vinho que ele produziu para o Galvão Bueno). Claro que provei e aprovei. Impossível não reconhecer que é um grande vinho.
O Anima é um exemplo do que a Campanha Gaúcha pode fazer. Exemplo que pode ser tirado também da Guatambu, da Dunamis, dos vinhos da Miolo da Quinta do Seival, tantos outros...
Pra ser exato 18.
Essa semana eu participei de uma degustação dos vinhos da Campanha, on line é claro, conduzida com a classe de sempre pelo Diego Arrebola.
Provei seis vinhos que comprovaram a qualidade da região.
Embora um deles estivesse Bouchonné, o que não tem nada a ver com o trabalho da vinícola, e por sorte se tratava de um vinho que eu já conhecia e já reconhecia como um produtor de vinhos de qualidade.
Provei os vinhos da Cerros de Gaya, Bodega Sossego, Salton, Dunamis, Estância Paraizo e Bueno Wines.
Vou destacar dois, que estavam realmente muito bons.



O Bueno Wines Paralelo 31 Bellavista Estate 2016 estava delicioso.
É um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot.
No nariz cravo, frutas negras frescas, tabaco, chocolate e especiarias.
Na boca é encorpado, tem os taninos potentes, mas com excelente textura.
Tudo bem equilibrado e boa persistência.
Nota: 90 pontos.




Outra excelente surpresa foi o Camilo Primeiro Syrah 2018, da Estância Paraizo.
É um Syrah, que se me servissem às cegas eu diria logo que era um vinho do Rhône.
Ele tem uma evolução um pouco mais avançada do que o normal, mas é elegante, equilibrado e consegue tirar da Syrah o que ela tem de melhor.
A cor não é intensa. É rubi clara e brilhante.
No nariz cereja, mirtilo, ameixa... Sempre maduras. Um toque tostado e defumado aparece também.
Na boca tem corpo médio, boa acidez e taninos bem finos, tudo em equilíbrio.
Tem apenas 12,5% de álcool, o que é ótimo.
Tem boa intensidade de sabor e boa persistência.
A produtora explicou que as mudas de Syrah deste vinho vieram da África do Sul.
Estilo francês.
Nota: 90 Pontos.

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