domingo, dezembro 22, 2013
Château de L'HOSTE BLANC Vieilles Vignes 2009 - Tinto - Bordeaux - França
L'Hoste Blanc é o nome do produtor, nada a ver com vinho branco.
É um tinto de Merlot 55 % e Cabernet Sauvignon 45 %
O solo é pedregoso e tem argila e silício.
As uvas são de vinhas velhas, o que diminui a produção e aumenta a concentração.
Passou 12 meses em barricas francesas.
No nariz as frutas vermelhas se misturam com muita classe aos aromas trazidos pelo estagio em barrica.
Leve toque de especiarias doces, notas herbáceas, cereja, chocolate e licor de cacau.
Na boca mostra boa estrutura, acidez, taninos macios e um equilíbrio perfeito.
É um vinho elegante, como grande parte dos vinhos de Bordeaux.
O final é longo e bastante agradável com notas de cereja e chocolate.
Preço: 114 reais. Importador: Vignerons e Adegas
Nota: 89/100
Pauline... Pauline...
Quadro de Francine Van Hove
Pauline... Pauline...
O dia começava sempre assim. Bastava chamar duas vezes e Pauline descia.
Pronta, cabelos molhados, olhos grandes, espertos.
Pronta pra trabalhar.
Fazia de tudo.
O Curso de enologia em Davis era pra ela um diploma que ajudava a conseguir emprego, mas os ensinamentos do avô Bertrand sempre prevaleciam.
Assim como o avô, ela fazia tudo.
Desde o trabalho mais simples como limpar tanques, peças e até o chão da vinícola, até definir o corte com uma sabedoria incomum.
Pauline era da região, o avô Bertrand era figura conhecida e respeitada no Rhône.
Ela nunca se escondeu atrás do nome do avô, mas era inevitável que lembrassem dele assim que o sobrenome Lefevre era pronunciado.
Pauline conhecia tudo e mais um pouco.
Trabalhava como ninguém.
O que ninguém entendia era o estilo de vida de Pauline.
Mesmo sendo bela e bem sucedida, não saía, não se divertia, não namorava.
Só pensava mesmo em trabalho. Nada mais.
Só que a colheita de 1999 trouxe uma verdadeira legião estrangeira para o trabalho.
Pessoas da Austrália, Estados Unidos, Portugal, Albânia, Suécia, Japão...
No primeiro dia Pauline já fez amizade com todos, tirava dúvidas, respondia perguntas, era a enóloga mais acessível do Rhône.
Olivia, uma australiana alta, magra, loira, olhos verdes e um sorriso encantador, perguntava tudo e mais um pouco.
As duas ficaram amigas e nos dias seguintes não se largaram.
Colheita, recepção, triagem, estavam em toda parte.
A semana passou rápido.
Uvas colhidas e hora de ir embora.
A colheita foi excelente, o trabalho impecável.
Ninguém viu a despedida de Pauline e Olivia.
O vinho fermentou, foi para as barricas e a vida seguia normalmente.
Pauline... Pauline...
Madame Lambert chamou as duas vezes como de costume.
Chamou mais duas: Pauline... Pauline...
Uma virada de maçaneta e o quarto vazio.
Na mesa uma carta breve e objetiva:
-Vinhos fermentados, barricas cheias... Volto para o corte e deixo meu telefone para qualquer dúvida...
As colheitas na Austrália não coincidem, posso trabalhar mais e melhor em dois continentes...
A vida de Pauline ficou mais colorida. Os vinhos australianos ficaram excelentes, os do Rhône continuaram impecáveis. Olivia e Pauline formaram uma bela dupla.
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