A imagem mostra o exemplo da sociedade das abelhas. Uma sociedade feminina onde todos trabalham para uma fêmea, uma rainha e o resultado final só poderia ser doce.
A imagem foi feita em vinhedos orgânicos cuidados por mulheres, durante a filmagem de um documentário que estou preparando sobre os terroirs do Chile.
sábado, março 08, 2014
A cerveja e o Dia da Mulher por Ludmilla Fonttainha
Mês de março é o mês da mulher. Na verdade, penso da maneira mais batida do mundo: todo dia é dia da mulher, todo dia é dia do homem, todo dia é dia de pai e de mãe. Mas também acho legal um dia específico para comemorar. Na verdade, acho que ter dia disso ou daquilo é importante para lembrar as conquistas e o quanto determinado fato ou ser é importante. Então: vamos falar da mulher e da cerveja.
O que muitos não sabem que é a história da cerveja e a mulher estão diretamente ligadas. É da Suméria que vem a prova arqueológica mais concreta sobre a produção de cerveja, quando foram encontradas inscrições em uma pedra, relativas a um cereal usado para se fazer um líquido semelhante à bebida que tomamos hoje. Entre os Sumérios, eram as mulheres quem ficavam responsáveis por produzir a cerveja e também o pão. Elas usavam o pão sólido esfarelado par fazer a bebida. Por isso, lá a cerveja era chamada pão líquido. Com o declínio do Império Sumério, surge a Babilônia. Nessa época, a produção de cerveja, feita tipicamente por mulheres, era muito valorizada, inclusive a profissão. Sim: a mulher era a mestra-cervejeria! E, curiosamente, do Antigo Egito até a Europa medieval, as mulheres administravam o lar, faziam pão e cerveja. Ou seja: é impossível falar de cerveja sem exaltar ou lembrar do papel feminino na produção do líquido.
Portanto, afirmo sempre que a mulher vem apenas reconquistando seu espaço. E agora de uma maneira digna: não apenas aparecendo nas propagandas como um chamariz, como um objeto de consumo. De uns tempos pra cá, já é possível perceber que a mulher está sendo respeitada como consumidora e formadora de opinião da bebida. Isso sem contar nos nomes femininos presentes e atuantes entre os zitólogos, beer sommeliers, mestres cervejeiros e nas inúmeras confrarias femininas que estão surgindo Brasil a fora. Um grande orgulho!
Mas falta muito, é verdade. O caminho é longo e cheio de barreiras, inclusive de preconceitos machistas. Mas o que já estamos reconquistando é, sem dúvidas, muito melhor que aquilo que acontecia num passado nem tão distante. Portanto: meninas, não se acanhem para retomar aquilo que é nosso! E, para não deixar de brincar: homens, vamos dar uma colher de chá para vocês e continuaremos dividindo o espaço! (risos)
E como não pode deixar de ser: ein prosit!
Ludmilla Fonttainha é jornalista, produtora de televisão, integrante da Confraria Feminina de Cerveja (Confece) e beer sommelier. Uma apaixonada por este caminho sem volta, que é a apreciação da cerveja artesanal!
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