quarta-feira, setembro 24, 2014
Bueno Covée Prestige - Espumante - Vale dos Vinhedos - Brasil
Elaborado pelo método champenoise com as variedades Chardonnay e Pinot Noir, de Garibaldi, na Serra Gaúcha.
Esse espumante usou um licor de expedição elaborado pelo francês Michel Roland.
Passou 18 meses em contato com as leveduras.
Tem a perlage bem fina, com borbulhas rápidas, barulhentas e persistentes.
Cor amarelo palha.
No nariz tem boa intensidade aromática, prevalecendo as notas de pão torrado, pão na chapa, mas também maçã verde, pera e frutas secas.
Um toque bem agradável de oxidação.
Na boca é cremoso, bem equilibrado, elegante, com bom frescor e persistencia.
Mais um grande espumante brasileiro!
Preço: cerca de 90 Reais.
Distribuidor: www.miolo.com.br
Nota: 90/100
Relação preço/qualidade: 4/5
Provei os vinhos do Galvão Bueno e entendi finalmente qual o envolvimento do narrador com o projeto
Numa conversa entre amigos, o Márcio Marson, que trabalha para a Bueno Wines, explicou exatamente como funciona o projeto.
Galvão Bueno tem um envolvimento total com a Bueno Wines.
A parceria com a Miolo no Brasil acontece apenas para a vinificação enquanto a vinícola própria não fica pronta e por um motivo óbvio, Galvão Bueno é o dono de uma das 4 holdings que controlam a Miolo S/A
As outras são Random e Benedetti, dos móveis Bentec, além da família Miolo que tem mais de 60% do negócio.
Portanto, uma boa solução para o ponta pé inicial que prevê ainda um envolvimento maior do enólogo italiano Roberto Cipresso, uma vinícola própria e 100% de uvas próprias.
Só para lembrar, Roberto Cipresso foi o responsável por transformar a vinícola Achaval Ferrer em uma das melhores do mundo.
Os vinhos elaborados na Toscana, já são todos elaborados por Cipresso e são fantásticos.
Em breve falo dos vinhos.
Conto "O tempo passou para Isabella e Piero"
Piero era meio desleixado com o trabalho, mas dava tudo certo.
Até certo demais.
Quem olhava a sua cara de preguiça não imaginava que poderia cuidar sozinho daqueles 4 hectares e entregar um vinho que nas mãos dos principais críticos mundo valia 95 pontos.
Se fosse em Bordeaux vá lá...
Mas era na Sicilia.
O sol, o mar, os vinhedos só eram ofuscados quando Isabella aparecia.
Nada poderia brilhar mais do que ela.
Os olhos, o formato do rosto, a boca, os ombros, o quadril, o sorriso...
Piero tentava em vão um jantar com ela acompanhado do melhor vinho que produzia.
Ela conseguia se esquivar de uma forma que ele não conseguia ficar bravo, desistir, nem sabia se voltava a tentar ou não.
Acabava tentando.
Conseguiu um almoço.
Conversaram, riram, teve até um beijo de despedida, que encheu de esperança o desleixado coração de Piero.
Sim, porque parece que os desleixados são também atrapalhados no amor.
Piero tentava sempre uma coisa e terminava em outra.
Um dia recebeu umas garrafas de vinho da França e convidou mais uma vez Isabella.
Ela adorou o vinho.
Risadas, boa conversa, beijo...
Mais nada.
Naquele dia Piero levou 3 garrafas para o restaurante e numa mesa ao lado 2 rapazes e 3 moças pediram para provar o vinho daquela garrafa bojuda e inconfundível.
Piero contou que produzia vinhos, que era da região, mas um amigo francês sempre trocava gentilezas com ele.
-Non mi piace particolarmente questo vino...
Os visitantes nem prestaram atenção.
Provaram e conversavam entre eles, dessa vez em outro idioma.
Ele não sabia que idioma era aquele, mas quando Alyusha olhou para seus olhos ele simplesmente ficou paralisado.
Em bom italiano, aquela russa de cabelos loiros, olhos claros, e um charme impressionante falou:
- É um Pinot Noir. A mais elegante das variedades.
Ainda quase sem ação e sem se importar que Isabella estava na outra mesa, olhou firme para os olhos de Alyusha e falou baixinho.
-Esse é o meu cartão. Faço questão que visite minha vinícola amanhã.
Virou as costas, pegou Isabela pela mão e saiu rapidamente.
No caminho disse de uma forma transparente como a água:
-O tempo foi passando e acabamos nos perdendo...
Dormiu pensando na russa.
Acordou cedo, fez a barba, se arrumou um pouco melhor, pegou uma garrafa do Pinot Noir e foi direto para a vinícola.
Quando ouviu o barulho do carro saiu rapidamente, mas dessa vez decidido, cheio de confiança, com uma garrafa de vinho na mão.
Alyusha desceu e ele nem percebeu que os amigos estavam com ela.
Saíram andando pelos vinhedos como se fossem velhos conhecidos.
Abriu a garrafa e beberam no gargalo.
Logo no primeiro gole veio a pergunta?
-Esse é o vinho que produz aqui?
-porque? perguntou Piero.
-Porque isso é um Pinot Noir.
-Na verdade minhas safras antigas foram embora, jamais saberia como o meu próprio vinho é bom se provar ele jovem como o que tenho aqui.
Assim como a Pinot Noir, a Nero d'Avola também pode ser nobre e cheia de mistérios. E meus vinhos nunca se mostram na juventude.
Alyusha pegou Piero pela mão e voltou em direção à vinícola, pediu que tirasse um vinho da barrica e provou.
Com a acidez do vinho ainda provocando frescor beijou Piero loucamente.
Isabella entrava rápido, arrependida, mas parou assim que viu a cena.
Alyusha nunca mais foi embora.
Isabella esperou o passar dos anos.
Sozinha.
Realmente a chance e o tempo passou para ela e Piero.
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