-Sai daqui.
Não quero te ver...
O desabafo era compreensivel.
Era mais do que compreensivel.
Marta saiu sem dar explicações, sumiu por 3 dias, voltou como se nada tivesse acontecido.
João Manuel era um cara que atraia pelo que sabia.
Sabia de tudo e como poucos.
Sabia de política, de esportes, de economia, de música, de arte, de tudo.
Tudo e mais um pouco.
Além disso não era de se jogar fora no quesito beleza física.
Martha era um espanto.
Alta, magra, cabelos loiros, olhos castanhos claros, corpo escultural.
Bunda, peitos... Tudo.
João não era ciumento.
Deixava Martha livre, mas 3 dias...
É muita coisa.
Martha saiu sem dizer nada.
João seguiu para os vinhedos e trabalhou como se nada tivesse acontecido.
Voltou, tomou banho, jantou, entrou no computador, deitou...
E onde estava Martha???
Lembrou do que havia acontecido e logo pegou o telemóvel: Martha... Onde você está?
-Me mandou embora e eu vim.
-Mandei naquele momento, não agora.
Martha pegou o carro e voltou.
Se falaram como se nada tivesse acontecido, se amaram como se nada tivesse acontecido e dormiram como anjos.
No dia seguinte João acordou e correu para o trabalho.
Engarrafamento da safra anterior, esvaziar tanques, colheita atual chegando...
Muita coisa.
Voltou no final da tarde.
Tomou banho, jantou...
Onde estava Martha?
Pegou o telefone e nem por isso conseguiu alguma coisa.
Fora de área.
Dormiu sozinho como um eremita.
Acordou, saiu para os vinhedos, pegou o telefone e ligou pra Martha.
-Desculpe amor. Não consigo contar o que aconteceu, só peço desculpas.
João voltou para casa. Tomou uma ducha (falam duche em Portugal) e abriu uma garrafa de vinho.
Tomou devagar, pensativo.
No dia seguinte voltou ao trabalho.
Na semana seguinte começou a colheita.
No mes seguinte Martha telefonou.
-João...
-Diga Martha.
-Posso voltar?
-Pode.