domingo, dezembro 05, 2010

Atamisque é a surpresa francesa de Mendoza

A Laura Luconi recebeu a gente com simpatia e competência. Mostrou a vinícola, os métodos de elaboração dos vinhos e escolheu 3 amostras para simbolizar o trabalho da Atamisque.
Começamos como Serbal Chardonnay.
Um Chardonnay com estilo velho mundo. Não é pra menos, os donos da Atamisque são franceses e pelo jeito, adoram a Borgonha.
No nariz maçã, pera e frutas cítricas.
Na boca uma surpresa agradável para um vinho que não passou por barrica. Um ótimo equilíbrio, acidez impressionante. Um Chardonnay!

Para confundir mais ainda, Laura veio com o Catalpa Pinot Noir 2008.
40% do vinho descansou por um ano em barricas francesas.
No passeio pela sala de barricas vi que utilizam bastante a Taransaud, justamente a preferida do pessoal lá da Borgonha.
A cor dava um aviso breve: Sou um Pinot Noir!
No nariz geleia de framboesa, groselha e um sinal sútil de que a boa barrica estava lá.
Na boca a acidez típica da Pinot Noir.
Aí Laura explicou que os vinhedos estava a 1300 metros de altitude, tinham uma amplitude térmica muito grande.
Elegante, equilibrado e aveludado.
Um Pinot Noir para quem quer comprar um Pinot Noir.
Digo isso, pois existem bons vinhos elaborados com a Pinot Noir, mas que fogem das características da uva. Então, vamos às prateleiras esperamos uma coisa e encontramos outra. Nesse caso não. Típico e bom!

Claro que teríamos que terminar com o Malbec.
O Atamisque Malbec 2007 ficou 14 meses em barricas francesas novas eos vinhedos são velhos, cerca de 80 anos.
Com essa introdução partimos para o ataque.
Melhor dizer que partimos para a defesa, já que o ataque do vinho foi impressionante.
No nariz violeta, figo, amora, café, tabaco e chocolate.
Um super vinho!
Voltava ao novo mundo quando coloquei o vinho na boca e percebi a elegância francesa atacando mais uma vez.
Elegante, equilibrado e grande.
Vinho para envelhecer com classe. Final longo.

Não bastasse os vinhos demos de cara com as paisagens da Cordilheira dos Andes.

A vinícola fica num lugar privilegiado. As montanhas, os vinhedos e o silêncio de um lugar sem nada por perto.

Não era preciso encontrar ângulos, esconder coisas, mostrar outras, era apontara câmera e clicar.


O vulcão Tupungato tomava conta de tudo. As arvores em volta deram nomes aos vinhos e principalmente à vinícola. Atamisque é uma arvore, um tipo de arbusto, com pequenas flores amarelas.

Não bastasse o capricho da natureza, tinha também o capricho da vinícola. O telhado de pedras lembra o passado, mas era novinho em folha.

Quem for à Mendoza deve visitar a Atamisque!
Viajamos com o apoio da Mendoza Holidays http://www.mendozaholidays.com/

Juan Manuel tinha fôlego e força


Juan Manuel era um jovem incansável. Jogou no juvenil do Valladolid, era um meio campista de respeito, daqueles que chuta com os dois pés,que joga de cabeça erguida e que coloca o atacante na cara do gol pelo menos 10 vezes por partida.
Quando chegou a hora de partir para o futebol profissional assumiu a vinícola da família, mas continuava batendo uma bolinha.
Mesmo no trabalho com os vinhos era incansável, um preparo físico formidável.
Claro que não precisava colher uvas e nem carregar caixas, mas fazia com vontade.
Quando todos sonhavam com uma cama Juan Manuel saía e aproveitava a noite gastando um pouco mais da sua energia sem fim.
Com o tempo trocou o futebol pelos esquis e as colheitas por um megafone, para chamar os trabalhadores.
Mais alguns anos e o corpo magro e musculoso já mostrava uma barriguinha, e aquela gordurinha característica nas costas, perto do quadril.
Nessa época também trocou os esquis pelo gamão, e as noites duravam menos, no máximo meia noite estava em casa.
Na colheita de 2005, Juan Manuel tinha 50 anos.
A barriga, a preguiça e o megafone estavam a postos, mas onde estavam os trabalhadores?
Dos 15 contratados para a colheita só apareceram 3.
Uma greve bloqueou a estrada e as uvas estavam prontinhas, na mais perfeita maturação.
Juan olhou para os três trabalhadores e disse: Não será a primeira nem última vez, fazemos o trabalho com o que temos.
Os três olharam com um certo desprezo e riso, mas Juan tinha uma carta na manga.
Na verdade tinha um baralho inteiro!
Aquele corpo largado tinha uma história de garra que os outros não conheciam.
A essa altura nem tinham ouvido falar no grande Juanito, maior promessa do meio campo do Valladolid.
Juan foi a luta.
Fazia fileiras inteiras enquanto os outros estavam na metade.
Rapazes jovens!
Aos poucos, os outros trabalhadores foram chegando, mas Juan continuava.
Das 6 da manhã ao meio dia foi o recordista.
Encheu mais caixas de 25 quilos que qualquer outro.
Depois do lanche o time estava completo, mas quem disse que Juan abandona o campo.
Lá foi ele até o último cacho do dia.
Os trabalhadores já estavam esgotados e se despediam quando Juan gritou: Onde vamos hoje?
-Dormir chefe.
Para espanto de todos, Juan tomou banho, se vestiu e saiu caminhando os 7 quilômetros até Valladolid.
A Noite foi longa e o chefe chegou enquanto os trabalhadores acordavam.
Mais uma vez se vestiu e trabalhou numa mistura de velhos tempos e megafone.
No final da colheita enquanto pagava os trabalhadores, um deles perguntou: Como tem tanta disposição? Não se cansa?
-Sim, vivo cansado, não tenho nenhuma disposição, mas conheço os atalhos, isso tudo está na memória, na certeza de poder fazer.
Agradeçam a Deus que tenho 50, pois se tivesse 10 anos menos não precisaria de vocês.
Todos riram.
E claro, acreditaram.

Michel Roland Inaugura o Quarto Projeto do Grupo clos delos Siete em Mendoza. Custou 15 Milhões de Dólares

N
Foi o quarto projeto do grupo francês Clos de los Siete, dirigido pelo enólogo Michel Rolland.
O DiamAndes, está em Tunuyán, bem aos pés da cordilheira, no coração do vale de Uco. O foco principal do projeto é a exportação.
O DiamAndes pertence a familia francesa Bonnie, proprietária de vinícolas em Bordeaux.
Os números impressionam, a capacidade é para 600 a 700 mil garrafas. Tem uma sala de projeções para 40 pessoas, uma sala de degustações VIP e um Wine Bar.
Foram gastos cerca de 15 milhões de dólares.
As outras vinícolas do grupo Clos de los Siete são: Monteviejo, Flechas de los Andes e Cuvelier Los Andes.
A bodega está a 1.100 metros de altitude e tem 115 hectáres.
111 hectáres de Malbec, Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Petit Verdot, Chardonnay e Viognier.
Em porcentagem: 66% Malbec, 17% Cabernet Sauvignon, 7% Merlot, 7% Syrah e 3% Petit Verdot.
Entre as Brancas: 72% Chardonnay y 28% Viognier.
Os principais focos em termos de mercados são: Estados Unidos, Canadá e Brasil.
Depois vem, Suíça, Inglaterra, Japão, Taiwán e Coreia do Sul.

Fonte: Gabriella Balls (Diario Los Andes)

Carta Aberta da Vinícola Aurora

Carta aberta da Vinícola Aurora à sociedade brasileira   No início do século passado, algumas famílias italianas cruzaram o Atlântico à pr...