A Revista ADEGA comemorou 10 anos promovendo uma série de verticais de vinhos ícones.
A primeira foi com o Don Melchor.
Sempre quando participo de uma degustação dessas, penso: O pior vinho deste painel seria facilmente o melhor vinhos da maioria das degustações que participo.
Provei o 89 (com incríveis 26 anos de idade), 96, 2006, 2010, 2011.
Uma prova inédita.
Conversei com o enólogo Enrique Tirado sobre a vertical e sobre um pouco da história desse ícone chileno.
O 1989 já tinha os reflexos da idade na cor, granada com reflexos tijolo.
100% Cabernet Sauvignon.
No nariz era limpo, com boa intensidade aromática (média+) e predominância das notas terciárias (de envelhecimento em garrafa.
Couro, carne defumada...
Mas ainda guarda um pouco da fruta (cassis), além de notas de mentol e baunilha.
Na boca é seco, taninos bem finos (médio), com textura aveludada; acidez média, corpo médio e sensação alcoólica média (tem 13,9% de álcool).
Tem boa complexidade e boa intensidade de sabor (média+).
As notas encontradas no nariz se repetem na boca, acrescentando o tabaco, que aparece bem claramente.
Persistência longa.
Vinho evoluído (pra beber agora).
Nota: 90
O 1996 tinha mais vida, viveu menos, normal.
100% Cabernet Sauvignon.
Limpo, com boa intensidade aromática (média+).
Notas de cassis, morango, marzipan e chocolate.
Depois de um tempo na taça apareceu uma nota de café.
Na boca tem corpo médio, taninos macios (médio), com textura de grãos finos, com muita classe.
Acidez média, intensidade de sabor média+. Notas do nariz se repetem na boca, com um toque de especiarias interessante.
Final persistente.
Vinho em evolução (bom para beber agora)
Nota: 92
O 2006 pra mim foi o melhor.
Adoro os vinhos de (cerca de) 10 anos.
96% Cabernet Sauvignon, 4% Cabernet Franc.
Consegue guardar bastante fruta, mas já mostra complexidade dos aromas terciários.
Limpo, boa intensidade aromática (média+).
Notas de alcaçuz, cassis, cacau, mentol, tabaco...
Na boca corpo médio, taninos (médio +) com textura extremamente macia, acidez perfeita (média +),
sensação alcoólica média, intensidade de sabor média+, com notas de chocolate e baunilha.
Complexo.
Persistência longa.
Vinho em evolução (perfeito para beber hoje).
Nota: 95
O 2010 era um jovem elegante.
Cabernet Sauvignon (97%) com 3% de Cabernet Franc.
No nariz bastante fruta.
Boa intensidade aromática com notas de cassis, groselha, caramelo, cravo, chocolate e tabaco.
Na boca tem bom corpo (médio+), taninos macios, textura granulada fina (médio+), acidez bem equilibrada com os taninos (média+), sensação alcoólica média (tem 14,6% de álcool), boa intensidade de sabor (média+).
Notas que aparecem no nariz se repetem na boca.
Muito boa persistência (média+).
Vinho jovem (deve atingir o auge mais 5 anos).
Nota: 93/100
O 2011 estava mais jovem ainda, tem apenas 1% de Cabernet Franc, com 99% de Cabernet Sauvignon.
No nariz boa intensidade aromática (média+).
Notas de cassis, groselha, banana verde, goiabada...
Com tempo na taça apareceu chocolate e grafite.
Na boca é encorpado, taninos (médio+) com textura granulada e bem presentes (sem agredir, sem secar a boca).
Boa acidez (média), sensação alcoólica média (tem 14,6% de álcool), intensidade de sabor média+.
Notas de frutas vermelhas e negras prevalecem.
Persistência longa.
Vinho jovem (deve atingir o auge entre 5 e 10 anos).
Nota: 93/100
Todos os vinhos passaram pelo menos 1 ano em barricas francesas.
O Don Melchor é produzido no Valle de Alto Maipo, no Chile.
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