Leonardo não tinha esse nome por acaso.
E não era por
acaso que ele passava algumas horas por semana no museu do Louvre vendo a
Monalisa.
Seu pai era um grande especialista em artes e passou junto com o
nome, ensinamentos que devem acompanhar Leonardo até o final da vida.
A grande
obsessão de Leo era descobrir o motivo do sorriso da Gioconda. Pesquisas,
entrevistas, suposições, nada era capaz de revelar o segredo.
A arte era uma
desculpa para abandonar a gerencia da maior loja de vinhos de Paris e passar
algumas horas em transe.
Nem é preciso dizer que era apaixonado e uma
verdadeira enciclopédia sobre os vinhos italianos.
Passar pelo menos uma hora
diante do sorriso da Gioconda era além de uma terapia, uma viagem no tempo.
Monalisa seria o próprio Leonardo (o Da Vinci)? Seria uma irônica que ria das
imbecilidades humanas? Seria uma alma viva que atravessava séculos sorrindo e
pensando: perdoai-vos, eles não sabem o que fazem…
Naquele dia em especial Leo teve
a certeza que ela era o passado, o presente e o futuro.
Olhou para os lados e
via a quantidade de selfies, cameras, euforia…
Gente que pouco sabia o que
estava vendo.
Ao seu lado um mexicano gravava tudo que via em um celular.
Nesse
dia Leonardo estava especialmente decepcionado com Elisabetta.
A milanesa saiu
de casa fazia uma semana e disse que jamais voltaria.
A Gioconda ria.
Leonardo
tinha uma relação de amor e ódio com o quadro.
Para ele uma alma viva.
A
vontade era de esbravejar, ofender, atravessar a dimensão e tirar satisfações
com a sorridente misteriosa.
-Você sabe exatamente do que estou rindo.
-Gioconda!!!
-Quantas vezes você sabia que não estava fazendo a coisa certa e
mesmo assim seguiu em frente?
-è vero…
-Quantas vezes olhou para meu rosto e
percebeu o recado e mesmo assim insistiu…
Otário!!!
-Monsieur…Monsieur… Le musée
est fermé…
Ufa!!!
Era um sonho? Um pesadelo?
Leonardo deixou o museu relaxado…
Triste por Elisabetta, por ele mesmo, mas feliz por ter desvendado o mistério.
A Gioconda vive e ri de todos nós…
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