Brigitte trabalhava em vinícolas há bastante tempo.
Leon trabalhava nos vinhedos.
Os dois eram bastante conhecidos no Rhône.
Conheciam vinhos, viviam dos vinhos.
Em pouco tempo ficaram amigos.
Em pouco tempo também resolveram unir os conhecimentos para vender os próprios vinhos.
Leon comprava vinhos dos clientes onde dava consultoria em enologia, fazia o corte, engarrafava e rotulava com uma marca própria.
Brigitte promoveu os vinhos, vendeu para o exterior, vendeu em toda a França e não sobrou nenhuma garrafa para contar a história.
A euforia foi grande.
Comentários sobre os vinhos, previsões para o próximo ano.
Tudo parecia bem e claro que um negócio quando dá certo espera-se pelos frutos.
Brigitte parecia uma pessoa de bem.
Tinha gestos exagerados, vocabulário da moda e uma afetação que parecia inofensiva.
Leon tinha o hábito de confiar nas pessoas, trabalhava para diversos produtores sem nenhum contrato, com palavra.
Inevitável que nos dias de hoje a decepção fosse bater na porta de Leon.
Brigitte cuidava das contas, do dinheiro.
Estava endividada, vendendo coisas e fugindo de credores.
A simpatia se transformou em ódio.
Ofendia Leon, atacava e não prestava contas.
Leon se defendia, pedia explicações.
Sem nenhum contrato, nenhuma burocracia e nenhum escrúpulo, Brigitte ganhou aquela safra pra ela.
Leon não viu a cor do dinheiro mesmo tendo feito um dos vinhos mais fantásticos da história do Rhône.
Das pessoas ouviu histórias sobre o desequilíbrio de Brigitte.
Mas ficava quieto, não dizia nada.
O único consolo para Leon é o seu trabalho.
Sabe que pode fazer outros grandes vinhos.
Brigitte seguiu sua vida.
Ótima para quem paga pelo seu trabalho e péssima para pagar pelo trabalho dos outros.
-Outras safras virão.
Outros vinhos virão...
Le temps passe. Heureusement!!!
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