As cervejas de trigo alemãs (weissbiers ou weizenbiers) já são bem conhecidas do público, difundidas por marcas como Erdinger e Paulaner. Algumas pessoas não gostam muito do aroma e sabor adocicados, com fortes traços de cravo e banana. Mas mesmo esses detratores do estilo costumam ceder aos apelos de suas congêneres belgas, as chamadas witbiers (em flamengo) ou bière blanche (em francês).
Agora que os dias mais frios estão dando adeus, as cervejas mais leves e refrescantes voltam à cena. Nesse clima, as witbiers formam um belo par com pratos à base de peixe branco, principalmente um bom ceviche, e saladas. São cervejas de pouca espuma, de coloração amarelo-pálida e turva, pois não são filtradas. Produzidas com uma combinação de maltes de trigo e cevada, são “temperadas” com sementes de coentro assadas e raspas de cascas de laranja Curacao.
Ao contrário das alemãs, são leves, suaves, o tipo da cerveja para ficar bebericando por horas. No aroma, cítrico e especiarias, às vezes um leve fermento. Na boca, limão, lima, com um suave toque de amargor, proveniente do lúpulo. Os principais rótulos disponíveis são Hoegaarden e Vedett, belgas, e Estrella Damm Inedit, espanhola. A Hoegaarden é a mais conhecida internacionalmente, hoje propriedade do grupo Anheuser-InBev. Embora muito boa, ainda prefiro o final mais seco da Vedett ou a delicadeza da Estrella Damm Inedit, que contou com a colaboração do incensado Ferran Adrià em seu desenvolvimento.
Assim como qualquer outra cerveja de trigo, o serviço exige que se deixe uns dois dedos do líquido no fundo da garrafa. Em seguida, faça movimentos circulares para liberar o fermento acumulado no fundo e complete o copo do tipo tumbler, robusto, como na foto.
*Alessandro Pinesso é sommelier de cervejas formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e Association de la Sommellerie Internationale e Mestre em Estilos Cervejeiros pelo Instituto da Cerveja Brasil, associado ao Brewers Association dos EUA.
E-mail: pinesso@gmail.com
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