terça-feira, março 12, 2013

Renato, Maria Clara e a Lei...



Silêncio no tribunal!!!
Essa frase famosa era o que Maria Clara mais ouvia.
Ela inflamava o juri, o juiz, as testemunhas, os réus e Renato.
Renato era a bola da vez.
Um cara que não precisava mais trabalhar muito, tinha herdado muita coisa, tinha usado bem o que herdou e provavelmente deixaria muito dinheiro para os bisnetos.
Renato amava os vinhos e tinha acabado de comprar uns vinhedos em Mendoza para, segundo ele, fazer o melhor vinho do mundo.
Maria Clara era muito bonita, muito elegante, muito prática e... Advogada.
Logo na primeira aproximação ela disse: Cuidado para não cometer nenhuma calúnia, te levo pro tribunal.
Renato ria e seguia com as investidas que eram sempre seguidas por frases pouco comuns.
Enquanto bebiam o vinho da primeira safra colhida e palpitada por Renato, ela soltou: Não sei dirigir, portanto, saímos de taxi ou te denuncio por embriaguez ao volante.
La foram os dois de taxi para um hotel 5 estrelas perto da Avenida Paulista.
Na chegada, aos beijos, ela disparou: estamos em um lugar público, facilmente seria enquadrado por atentado violento ao pudor...
Renato continuava rindo da situação e até provocava novas frases, do tipo: Tudo que voce disser pode ser usado contra voce mesmo...
Subiram para o quarto, passaram a noite em claro, tomaram café bem cedo e la foi Maria Clara para o forum.
Renato ficou no hotel, falando ao celular e esperando pela volta de Maria Clara.
Ela era um sonho.
O dia terminou e nada daquela mulher morena, alta, leve sotaque nordestino e muita vontade de viver.
O celular de Renato agora funcionava apenas para rediscar o numero de Maria Clara seguidamente.
Passou a noite em claro mais uma vez.
Foi até o forum e fez plantão.
por volta das 8 da noite ela apareceu.
Saia na altura dos joelhos, salto alto, camisa de seda, óculos escuros...
-Olá Renato!
-Como. olá Renato? Te espero desde ontem.
-Não disse que voltaria.
-Sim, mas pela noite que tivemos eu pensei que...
-Pensou que eu iria me casar com voce?
-Não, mas pensei que tinha gostado da noite que tivemos.
-Claro que gostei. O vinho, os beijos, o amor...
-Então?
O olhar de Maria Clara era de deixar qualquer homem inferiorizado.
Tinha uma atitude, uma autoridade que doía.
-Renato, você é um homem interessante, tem uma atividade de sonhos, acaba de fazer um belo vinho e deve ter uma centena de mulheres atrás de voce.
Renato pegou Maria clara pelo braço, beijou ela com força.
Ela tentava sair, mas queria ficar ao mesmo tempo.
Para ela era uma situação única.
Aquela autoridade, beleza e atitude afastavam os homens, davam medo.
Renato mal parou de beijar e já levou Maria Clara para o carro.
No caminho ela não conseguiu dizer uma palavra.
Já no aeroporto ele levava Maria Clara pelo braço até o check in.
Ela discordava concordando.
Chegaram em Mendoza no final do dia.
Ela viu a colheita, tomou vinho das barricas e andava pelos vinhedos como se estivesse em marte.
Nunca tinha visto nada parecido.
Era totalmente urbana.
A noite saíram para jantar e ele apareceu com um par de alianças.
Claro que ela aceitou, mas antes disparou: Artigo 161, rapto. Pena de dois a oito anos...

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