Já harmonizamos vinhos com livros, vinhos com temperos, por
que não harmonizarmos vinhos com músicas?
Vamos assumir que associar vinho com música não é tarefa das
mais simples e isso porque a análise de ambas surge de questões muito pessoais,
altamente subjetivas. Afinal, nem sempre o cantor/compositor considerado gênio
é aquele da qual você mais gosta.
Minha única experiência com harmonização enomusical foi com
o vinho Amarone e a ópera Carmen, de Bizet, mais precisamente na passagem de
Habanera.
A potência da música, que tem marcação acentuada e
crescente, harmonizou perfeitamente com esse vinho que também tem a intensidade
como característica: bastante corpo, muito álcool e repleto de personalidade.
Um vinho forte, presente, marcante, assim como a ária.
Tenho vontade de ter outras experiências enomusicais... Mas
como elaborá-las? Penso que cantores com vozes mais intensas, como Nina Simone,
por exemplo, merecem vinhos também intensos, encorpados, com várias camadas
aromáticas. Uma voz como a de Jack Jonhson, que nos traz a sensação de
liberdade, leveza, harmonizaria muito bem com um vinho despretensioso, não? E a
voz diferenciada de Bob Dylan? Só posso imaginá-la acompanhada de um vinho
elaborado com uma casta bem exótica, pouco conhecida... Ambos estariam
favorecendo as nossas novas descobertas.
E para aquele vinho de meditação, quem você escolheria
escutar? Assumo, nesse momento eu optaria pelo silêncio!
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