domingo, dezembro 27, 2015

O Vinho e a Arte - Fotografia - Alina Ianco - 9


HIstória de borbulhas... do antigo Egito a Dom Perignon





O historiador Benoît Musset, conta que um papiro egípcio, de 23 de Outubro depois de Cristo, fala de casos de cancelamento de pedidos por causa de vinhos com borbulhas, causadas por uma segunda fermentação em garrafa.
Benoît, também cita a idade média europeia e os documentos que citam essa segunda fermentação, mas sem associar a um tipo de vinho, sim a um defeito.
Por volta do ano 1200, Jehan Bodel, originário do norte da França, promoveu uma degustação numa taberna, no dia da festa de São Nicolas, um dos destaques, foi um vinho espumante, descrito assim: veja como se come sua mousse... Agita a boca como uma faísca... Deixe-o sobre a língua e sentirá um vinho extraordinário...
Mas esses vinhos espumantes, ao que parece, eram apenas resultados do acaso. Acredita-se que nunca eram provocados, nunca eram elaborados para que fossem assim.
Relados de um vinho de Epérnay (no coração da Champagne) em 1320: "claro, brilhante, forte, fino, fresco, sobre a língua espumante.
Ao que tudo indica, eram vinhos frisantes, com menos espuma, não espumantes como a Champagne.
No final do século 17 a temperatura na Europa teve uma queda geral, que chegou até ao extremo de ser chamada pequena era glacial.
Essa queda de temperatura, fez com que a fermentação alcoólica dos vinhos fosse interrompida.
Na prática, o frio não permite que as leveduras transformem o açúcar em álcool.
Foi assim durante todo o inverno.
Com a chegada da primavera, o tempo esquentou e a fermentação terminou, deixando os vinhos com uma ligeira efervescência, devido ao gas carbonico.
A natureza criou o espumante?
30 anos antes de Dom Perignon, os ingleses consumiam vinhos espumantes.
Em 1662, 6 anos antes da "invenção" de Dom Perignon, o inglês Cristophe Merret, percebeu que a adição de açúcar nos barris, dava borbulhas e mais álcool aos vinhos. Isso fez com que os lordes ingleses adicionassem por conta própria, a quantidade que bem entendessem de açúcar para dar efervescência ao vinho.
Melhor não falar em qualidade...
Na mesma época, os consumidores da burguesia francesa recusavam o vinho espumante e trocavam os vinhos da Champagne pelos vinhos da Borgonha, enquanto isso, o jovem monge beneditino Dom Perignon, foi nomeado pela igreja, para reestruturar os vinhos da Champagne.
A ideia era que ele lutasse contra os vinhos espumantes e reconquistasse a reputação dos tintos tranquilos.
Mas...
O interesse dos ingleses pelos espumantes cresceu, e os francêses, sob reinado de Louis XIV começaram a gostar da ideia.
A partir daí, Dom Perignon se dedica a dar mais borbulhas ao Champagne.
Os defensores dessa história dizem que Dom Perignon não criou as borbulhas na Champagne, mas criou a Champagne com as borbulhas.
De fato, ele reestruturou a Champagne e criou o processo de produção que é usado até hoje.
Foi ele que realmente colocou ordem na casa, com um processo de produção confiável e idêntico para todos os produtores.

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