domingo, janeiro 05, 2014

Bernard Magrez tem ideias modernas aos 77 anos. Comprou um Drone para controlar os vinhedos.



O grande Bernard Magrez acabou de comprar um “Drone”, essa engenhoca voadora da foto.


O brinquedinho, que parece de ficção científica, vai diagnosticar qualquer problema nos vinhedos.
Todo cuidado é pouco, afinal Magrez tem quatro vinhedos grands crus classés em quatro grandes AOCs de Bordeaux.
Magrez espera que o Drone dê o diagnóstico imediato para cada vinha, com uma precisão de centímetros.
O Drone vai mostrar se a vinha precisa de algum tratamento ou fertilização.
Deve mostrar também se o solo precisa de drenagem, a maturidade das uvas, a necessidade de renovar parcelas, enfim, uma série de coisas que na maneira convencional exigiria uma grande caminhada pelos vinhedos e um bom tempo de trabalho.
Aos 77 anos, Bernard Magrez continua inovando, tendo idéias modernas para manter um negócio, que só em vinhos, movimenta 600 milhões de euros.
Bernard Magrez é dono do fantástico Château Pape Clément (Grand Cru Classé de Graves), Château La Tour Carnet (Grand Cru Classé em 1855 – Haut-Médoc, Château Fombrauge (Grand Cru Classe de Saint-Emilion e o Clos Haut Peryraguey (Premier Grand Cru Classe de Sauternes).

Além de propriedades na Argentina, Chile, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Japão, Uruguai e Marrocos.

Ilustração da Anvisa mostra frutas e legumes que mais apresentam traços de agrotóxicos. A uva não aparece na lista.


Lorenzo e Giuseppe tiveram que ser Carlo e Guido - Conto


Carlo vivia para cuidar dos vinhedos.
Dos 70 anos de vida, pelo menos 69 foram vividos andando para todos os lados daqueles 2,5 hectares bem no meio da DOCG Barolo.
Dos 3 filhos, Guido era o mais interessado.
Giuseppe trabalhava para uma rede de hotéis em Milão e Lorenzo foi viver na Inglaterra e acabou dono de um restaurante.
Guido vivia ao lado do pai.
Os dois faziam tudo para manter os vinhedos impecáveis e os vinhos entre os melhores da Itália.
Giuseppe e Lorenzo sempre apareciam para uma visita, mas os vinhedos não importavam, nem bem olhavam para ver se ainda existiam.
Guido prestava atenção em cada palavra, cada gesto, cada ensinamento passado pelo pai.
E não eram poucos os ensinamentos.
Os vinhos eram constantemente considerados entre os melhores da Itália, e tudo isso graças ao esforço e ao cuidado de Carlo.
Lorenzo vendia os vinhos na Inglaterra e, mesmo sem dar o valor necessário, sempre escutava orgulhoso os elogios da clientela.
Era o vinho que não podia faltar na carta.
Giuseppe tentava se equilibrar com a crise europeia e já pensava seriamente em ajudar no negócio da família.
Carlo e Guido seguiam firme, elogios, pontuações em revistas internacionais e nenhum espaço para novos clientes. Toda produção era reservada e vendida.
Tudo era perfeito, até que, justamente, quem mais conhecia aqueles vinhedos, quem conhecia cada palmo daquela terra, escorregou.
Literalmente.
Carlo pisou em falso e rolou entre os vinhedos pelo menos por 15 metros.
Suficiente para fraturar costelas, braço e a perna esquerda.
A perna precisou de mais cuidados, operação, pinos, muletas e nada de trabalho por tempo indeterminado.
Guido entrou em pânico.
Embora soubesse quase tudo que Carlo sabia, entrava e saia de casa sempre perguntando antes de tomar qualquer atitude.
A crise europeia apertou ainda mais e Giuseppe foi o primeiro a voltar pra casa.
3 meses depois veio Lorenzo.
Nos vinhedos, os dois mais atrapalhavam que ajudavam.
Aí veio o inesperado, inexplicável, improvável...
Guido caiu de cama, começando com uma gripe, passando para uma pneumonia, às vésperas da colheita.
Na hora, Carlo gritou: Como podemos passar por uma colheita e vinificação com esses dois idiotas...!
Lorenzo e Giuseppe nem ficaram ofendidos, sabiam que não entendiam nada daquele negócio.
Mas nada acontece por acaso.
Era a colheita de 2008.
Colheita única, fantástica, uma obra de arte da natureza.
Bem, mas o homem faz parte do terroir!
Um belo sofá bem no alto dos vinhedos e lá estavam, Carlo e Guido.
Lorenzo e Giuseppe subiam e desciam obedecendo às ordens.
Dos vinhedos para a cantina e numa cadeira de rodas, Carlo olhava tudo.
Guido continuava observando a colheita.
Quando o trabalho terminou Giuseppe e Lorenzo estavam acabados.
Nunca tinham trabalhado tanto na vida.
À noite, enquanto os trabalhadores da colheita festejavam, os dois se sentaram ao lado do pai, conversaram quase por toda a noite.
Perguntaram coisas que nunca haviam perguntado.
Ouviram lições que nenhuma universidade daria.
Guido apenas observava.
Sabia cada resposta.
O tempo da transformação passou.
As uvas perfeitas de 2008 já tinham virado vinho.
Carlo e Guido convidaram Lorenzo e Giuseppe para a prova.
Degustaram como se tivessem vendo o rosto de um filho recém nascido.
Carlo agradeceu os dois e ainda lembrou do desabafo quando viu Guido doente em plena colheita.
Pediu desculpas por tê-los chamado de idiotas.
Falou do orgulho que tinha dos 3 filhos.
Lorenzo e Giuseppe falaram do tempo que perderam fora de casa.
Guido apenas escutava.
Degustava o vinho com a certeza de que tinha nascido exatamente onde queria.
A prova virou uma reunião de família.
Com direito a pão, salame, vinho, e claro, muito choro e emoção...

Carta Aberta da Vinícola Aurora

Carta aberta da Vinícola Aurora à sociedade brasileira   No início do século passado, algumas famílias italianas cruzaram o Atlântico à pr...