sexta-feira, dezembro 19, 2008

Se chover a culpa é do António - Conto


Isso mesmo, António em Portugal tem acento agudo, mas isso não vem ao caso. Estou falando de um lisboeta de 56 anos que vive pelos lados do Alentejo fazendo o papel de meteorologista sem nunca ter assistido uma aula sequer da matéria. O caso é que jornais, revistas, internet e TV, não possuem o prestigio de António. Este rapaz alto, magro e calvo, poderia muito bem fazer o papel do Santo António de Lisboa no cinema, parece imagem de igreja!
Tudo isso acontece por causa do pavor que a chuva fora de hora provoca nos produtores de vinho do mundo inteiro. Era uma quarta feira e os telejornais previam chuva para todo o país. O telemóvel (celular) de António não parava de tocar. A resposta era sempre a mesma: "aqui no Alentejo não chove!"
As uvas ainda não estavam na maturidade ideal e a resposta de António seria um alívio para os produtores não fosse um tal Doutor Zé Mendes. O homem letrado e com cara de poucos amigos alardeava pela praça que a chuva viria e acreditar em António era uma ignorância.
Dois ou três produtores mais jovens acreditaram em Zé Mendes e iniciaram a colheita imediatamente.
Mal o sol se pôs e um vento forte começou a bater vindo da Espanha.
A colheita em alguns lugares prosseguia noite adentro.
Por volta das 6 da manhã nenhuma nuvem no céu. A lua estava alaranjada pelo sol que chegaria em instantes.
António saiu de sua casa para comprar pão e deu de cara com Dr. Zé Mendes. Com ar franciscano António disse apenas bom dia. Zé Mendes tinha nas mãos mapas meteorológicos e anotações. Olhou para António e disse: "Os ventos mudaram de direção e acabaram levando a chuva para Lisboa. Como é possível uma mudança tão repentina?"
António olhou para Zé Mendes e disse em voz baixa: Sabe amigo, há mais de 30 anos enquanto os outros estudavam os mapas eu estava olhando para o céu".

Grandes vinhos para grandes ocasiões - Barbaresco Rabajà - Piemonte - Itália


Giuseppe Cortese 2004

Uma pessoa acostumada aos vinhos do novo mundo certamente diria que estes vinhos com a uva Nebiollo possuem uma cor estranha, tijolo. Parece um vinho que passou do tempo.

Não, não é nada disso! Estamos falando de vinhos especiais. Especialíssimos. A uva Nebiollo amadurece tardiamente, quando a névoa aparece na região do Piemonte. Por isso Nebiollo, de nebia (névoa). Os grandes vinhos feitos com essa variedade ficam na denominação Barolo e Barbaresco. Dentro da região de Barbaresco no Cru de Rabajà, os vinho são melhores que muitos barolos da vizinhança. Os da família Cortese ainda não estão disponíveis no Brasil. Uma pena! Este 2004 que provei foi trazido dos Estados Unidos. Recebeu 4 estrelas da Decanter e 90 e tal do Robert Parker. No nariz rosas, violetas, cerejas, frutas secas, tabaco, couro e especiarias. Na boca Encorpado, taninos firmes e final fresco e persistente. Notas de menta. Um vinho único!
Velho mundo puro!
Apesar de muito jovem pelo potencial de guarda que possui. Vinho para provar de novo em 10 anos.

Carta Aberta da Vinícola Aurora

Carta aberta da Vinícola Aurora à sociedade brasileira   No início do século passado, algumas famílias italianas cruzaram o Atlântico à pr...