sexta-feira, julho 05, 2013

Barley Wine, estilo cervejeiro para os dias frios. Por Alessandro Pinesso*

As baixas temperaturas pedem cervejas robustas e encorpadas, ideais para acompanhar pratos mais fortes e aquecer o espírito. Dentre os estilos cervejeiros, um dos mais intensos leva o nome Barley Wine, literalmente “vinho de cevada” em inglês. No geral, possui coloração âmbar ou rubi, espuma bege e aromas intensos que lembram vinho do Porto, madeira e frutas secas. Deve ser apreciada acima de 10oC para que a complexidade de aromas e sabores se desprenda mais facilmente. O copo ideal é do tipo Gobblet, uma taça com boca larga, mas um copo para conhaque também serve. A graduação alcoólica começa em 8% e pode chegar a 15%. O estilo é datado de 1903, na descrição da cerveja Bass N.o 1, produzida até hoje. São cervejas que podem ser armazenadas por vários anos devido ao alcoólico e composição.


Um exemplar interessante é a Brooklyn Monster Ale, produzida pela cervejaria de mesmo nome na cidade de Nova York. O nome foi dado em homenagem ao gato mascote da empresa. O único problema é que o bichano faleceu e a produção foi interrompida, então é preciso pressa para comprar as últimas garrafas disponíveis.

É uma cerveja de bela cor âmbar e espuma bege de boa formação, surpreendente para um estilo que leva tanto álcool. Elaborada com malte inglês e três variedades norte-americanas de lúpulo, apresenta a complexidade de aromas e sabores típica do estilo. No nariz, destaque para o frescor do lúpulo, somado à doçura que remete a bebidas licorosas como vinho do Porto e cherry brandy e a notas florais. Os quatro meses de maturação acentuam o caráter amadeirado do aroma. Na boca, há evidente percepção do álcool, quase como um licor, mas sem a agressividade notada em outros exemplares do mesmo estilo. O sabor adocicado do malte combina muito bem com o cítrico do lúpulo, com predomínio do primeiro.  Uma boa interpretação de um estilo clássico, porém atrevido e provocador aos sentidos.

Outros rótulos:
Anchor Old Foghorn
Anchor Brewery, São Francisco, EUA – 8,8% de álcool

Contra a luz, apresenta coloração rubi e espuma bege de média intensidade. Aromas de caramelo, vinho do Porto, malte tostado e resinoso, lembrando pinho, típico dos lúpulos norte-americanos. Sabor de caramelo, também vinho do Porto e tostado, com final adocicado persistente.


Baden Baden Red Ale
Campos do Jordão, Brasil – 9.2% de álcool

Bela cor vermelha, brilhante, com boa espuma bege. Aromas de caramelo, toffee, tostado e frutas vermelhas, além de lúpulo herbal. O sabor segue o aroma, com leve defumado e nítida percepção de álcool, porém condizente com o estilo.

*Alessandro Pinesso é sommelier de cervejas formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS) e Association de la Sommellerie Internationale e Mestre em Estilos Cervejeiros pelo Instituto da Cerveja Brasil, associado ao Brewers Association dos EUA.

Tudo sobre as regiões francesas - Bourgogne - Parte 19 - Sub-Região Côte Chalonnaise - AOC Bouzeron



AOC Bouzeron é uma appellation exclusiva de vinhos brancos.
Ocupa uma área de 52 hectares. 
Nesta parte da Côte Chalonnaise, os solos são calcário e marga.
Os vinhedos ficam em encostas com exposição leste a sudeste, com altitudes que variam de 270 a 350 metros.
O clima é muito favorável para a variedade Aligoté (única da AOC), que encontra neste terroir o local perfeito.
A produção anual é de cerca de 2 800 hectolitros.
Alguns lugares como Les Fortunes, Les Clous e La Digoine são reconhecidamente os mais importantes da AOC.
São vinhos muito elegantes de cor bastante clara esverdeada, com aromas delicados e ao mesmo tempo bem presentes de limão, flores brancas, avelãs, e também aromas minerais de silex e pedra de isqueiro.
Na boca, são vinhos bastante vivos, típicos e interessantes que fazem com que os Bouzeron sejam bebidos jovens, mas com algum potencial de envelhecimento.

O Vinho e a Arte - Jason Szakal

Interessante o trabalho de mosaico com capsulas de vinho.

Carta Aberta da Vinícola Aurora

Carta aberta da Vinícola Aurora à sociedade brasileira   No início do século passado, algumas famílias italianas cruzaram o Atlântico à pr...