sexta-feira, maio 10, 2013

Harmonizando Vieiras - Por: Evelyn Fligeri



Há alguns meses tem buscado uma receita diferente para preparar vieiras. Sou viciada nesse ingrediente. Mas como não sou chef e não tenho muitas habilidades na cozinha, sempre fico na boa e velha vieira grelhada com manteiga de ervas, que é uma delícia! Vários amigos já me indicaram outras receitas, mas tenho muito medo de arriscar afinal, as receitas que me enviaram implicam em técnicas de preparo que eu desconheço.
E, na minha busca frenética por uma receita simples à base de vieiras, encontrei uma que me fez salivar: Vieira em calda de erva cidreira. A união de dois ingredientes que amo, me fez pensar no post de hoje: O que harmonizar com esse molusco tão saboroso.
Sempre aposto no bom e velho Sauvignon Blanc da Austrália ou do Chile, com frescor bem evidente, que ressalta ainda mais o sabor da vieira. Um Pinot Blanc da Alsácia também combina muito bem. Mas se o dinheiro estiver fazendo “cosquinha” pra sair da carteira, invista em um francês do Loire e boa harmonização!
Foto e texto de Evelyn Fligeri, que escreve para o blog www.tacaserolhas.blogspot.com

Clos des Fous, Zuccardi e mais uma aula do Pedro Parra.



Provei os 5 vinhos do Clos des Fous.
Vamos para à tradução: Clos, em francês, é o nome dado para aqueles vinhedos especiais, com muro em volta. Fous é mais fácil de traduzir: Loucos.
Como em português existem os loucos no bom sentido, os caras que nadam contra a maré.
Pedro deixou claro isso quando disse que, ele e mais 3 "loucos", querem fazer os vinhos para agradar ao consumidor, não à Wine Spectator...
Provei 2 Cabernet Sauvignon, um vinho de vinhas velhas e 3 Pinot Noir.
Me encantei com os vinhos. Gostei demais dos Pinots.

O Pinot Noir Paleozoico 2012 não passou por madeira, é resultado de uvas que vieram de 4 clones diferentes. Clones de Morey Saint Denys, de Gevrey Chambertin e Vosne Romanée.
É um vinho "europeu", sem madeira.
Notas de framboesa, morango, floral...
Na boca tabaco, defumado e macio, elegante.

O segundo foi o Pinot Noir Pucalan Single Vineyard 2012.
Um super vinho!
Passou por barricas de primeiro e segundo uso, que trouxeram ao vinho exatamente o que se espera.
Em nenhum momento a fruta desaparece.
Ganha força.
As notas de baunilha de misturam com as frutas vermelhas e levam para a boca elegância, maciez.
Final longo com notas florais.

O Pinot Noir Latufa 2010 vem de um terroir mais ao sul, em Malleco, um terroir mais parecido com a Borgonha.
Esse pode entrar em degustações às cegas ao lado de vinhos da Borgonha.
No nariz tem notas florais, groselha, chocolate...
Na boca tem bom corpo, tem elegância, equilíbrio e notas defumadas. Um vinho longo.

Provei dois Cabernet Sauvignon bastante interessantes e depois o Old Vines Blend Cauquenina 2011.
Corte com as variedades Carignan, País, Malbec, Carménère, Portugues Bleu (parecida com a Touriga Nacional) e Syrah.
No nariz as frutas negras aparecem com força.
Amora, mirtilo, geleia de amora...
Na boca é fresco, elegante, muita fruta, encorpado, longo...

No mesmo dia, a Ravin ainda trouxe o Sebastian Zuccardi para falar sobre os vinhos elaborados com base nos estudos do terroir junto com o Pedro Parra.
Junto com os consagrados, Zeta e Emma, provamos os vinhos mais voltados para o estudo do terroir como  o Aluvional La Consulta  2008 e Aluvional Altamira 2011; o Altamira Super Calcareo Malbec 2012 e o Altamira Calcareo Arcilloso Malbec 2012.
Vinhos que ajudam a entender a explicação do Terroir.
Explicação que eu tive quando visitei a Zuccardi no final de 2012.
Veja o vídeo:




Conversei com o Pedro Parra pela segunda vez. É sempre um aprendizado falar com ele.
Sempre, tudo que perguntamos, parece pouco para tudo que ele pode ensinar, explicar.
Perguntaram pra ele se alguma vinícola brasileira já procurou por ele: Não.
Uma pena!
O cara tem um conhecimento único do terroir. Conhecimento que permite que ele elabore os vinhos sem acrescentar nada, sem corrigir nada, apenas conhecendo cada pedra do solo, cada detalhe do terroir.
Veja:



Em tempo. Vamos ao significado das palavras.
Pedro significa pedra, rocha.
Parra significa folla da parreira, folha da videira.

Os vinhos Zuccardi e Clos des Fous são importados pela Ravin www.ravin.com.br

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